terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

É Injusto Deus Escolher Só Algumas Pessoas para a Salvação?


Autor: R. C. Sproul

“Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.” Romanos 9:11-15

Eu acho fascinante que Paulo levante esta pergunta retórica imediatamente após apresentar sua metáfora do nascimento de Jacó e Esaú e a preferência de Deus para com um em vez do outro sem considerar suas obras.
Lembro-me de quando eu era seminarista, e lutando profundamente com a doutrina da eleição, como a maioria dos seminaristas fazem.

E havia algo que não cabia para mim, algo que não caia bem. Pensar que Deus dispensa sua graça salvífica para alguns e não para todos, e que razão para dar a salvação para uns e não a outros não repousa em nós! Mas somente a graça determina Deus. Isso me incomodava! Porque minha resposta inicial era que isso não parecia ser justo! Eu pensava: “Como pode ser justo Deus escolher salvar alguns e não outros?” Eu entendia que ninguém merecia a salvação, em primeiro lugar. E eu sabia que se Deus deixasse toda a raça humana perecer, Ele seria perfeitamente justo ao fazê-lo. Eu também entendia naquela época que a única maneira pela qual podíamos ser salvos era pela graça de Deus. Mas eu certamente não pensava que repousava tanto na graça de Deus.

Eu pensava: “Por que Deus daria sua graça a algumas pessoas em uma medida maior do que para outros?” Simplesmente não parecia justo para mim. 

Então eu lutei com isso, li Edwards e outros teólogos reformados. Eu ainda não estava convencido, então eu tinha um pequeno dizer em minha mesa que dizia: “Você deve crer e pregar o que a Bíblia diz que é a verdade, não o que você gostaria de dizer que é a verdade.” E isso colocou algumas limitações em mim, pois eu li essa passagem de todas as maneiras cabíveis, e sabia que havia pessoas que diziam: “Paulo não está falando da eleição de indivíduos aqui, está falando sobre os benefícios da salvação que era dado aos judeus ao invés dos árabes. Nações que eram escolhidas, não indivíduos.” Isso não me persuadiu nem por 5 minutos, pois mesmo que ele estivesse falando de nações, ele ilustrou através dos indivíduos.

Então não importa como você repare isso, você volta aqui lutando com uma pessoa recebendo uma bênção de Deus, e outra pessoa não. E isso é baseado em última análise no beneplácito do próprio Deus, então ainda não parecia certo.

Eu escrevi vários livros e lecionei em vários cursos, e sei que quando apresento uma tese, se eu fiz com bastante frequência, você tem experiência suficiente para quase antecipar, ou você pode antecipar; não quase, mas certamente pode antecipar; as objeções ou questões que as pessoas vão imediatamente levantar quanto a determinada tese. E neste ponto, pelo menos, um dos poucos pontos que posso me identificar com o apóstolo Paulo como professor, está aqui. Porque o apóstolo Paulo, quando estava apresentando essa doutrina, antecipou uma resposta, ou uma questão. Ele fala da Graça soberana que é dada a Jacó ao invés de Esaú, e depois para e diz: “Que diremos pois? Há injustiça da parte de Deus?” Uma das coisas que me persuadiram que os reformadores acertaram a respeito da eleição, foi contemplada essa mesma pergunta. Porque eu bem pensei assim: “Se Paulo está tentando nos ensinar uma visão semipelagiana ou arminiana da eleição, pela qual, em último analise, a eleição de uma pessoa é baseada na tal pessoa atendendo a algum tipo de condição; ou seja, em última análise, é com base em você e no que você fez e no que a outra pessoa não fez; quem vai levantar alguma objeção sobre isso ser injusto? Quem é que levantaria alguma objeção que envolvesse injustiça em Deus?

Isso pareceria manifestadamente justo. E eu estou certo de que as pessoas que ensinam arminianismo, pelagianismo ou semipelagianismo e articulam suas visões sobre este assunto, têm certas questões que vêm a eles o tempo todo, e eles tem que responder, assim como todo mundo. Mas me pergunto com frequência as pessoas protestam contra o ensino deles dizendo: “Isso não é justo!” Eu nunca ouvi isso. “Espera um minuto. Isso significa que Deus é insto.” Mas o apóstolo sim antecipa essa resposta. E qual é o ensino que gera essa resposta? O ensino que a eleição é incondicional.

E quando você ensina que a eleição repousa apenas, exclusivamente, na soberana vontade de Deus, e não no desempenho ou ações dos seres humanos que o protesto se levanta. Então, Paulo antecipa o protesto.

“Há injustiça da parte de Deus?”, e ele responde com a mais enfática resposta que ele pode dispor do idioma. Eu prefiro a tradução: “Deus o livre!” Então ele continua para amplificar isso: Romanos 9:15 

“Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.” Romanos 9:15

Então aqui o apóstolo está lembrando as pessoas o que Moisés tinha a declarar séculos antes. A saber é direito divino de Deus executar clemencia executiva quando e onde ele desejar.

Ele diz desde o início: “Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.”

Autor: R. C. Sproul

LI em: Trovian 
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=1mIB5iS0SfM
Publicado por: Editora Fiel: http://www.editorafiel.com.br
Transcrito por: Necilia Paula

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