segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Periodo Intertestamentário (parte1)


O PERÍODO GREGO

Alexandre o Grande
A história do Antigo Testamento se encerrou com o cativeiro que a Assíria impôs ao reino do norte, Israel, com o subsequente cativeiro babilônico do reino do sul, Judá, e com o regresso à Palestina, de parte dos exilados, quando da hegemonia persa, nos séculos VI e V A.C.
Os quatro séculos entre o final da história do Antigo Testamento e os primórdios da história do Novo Testamento compreendem o período intertestamentário. (ocasionalmente chamados "os quatrocentos anos de silêncio", devido ao hiato, nos registros bíblicos, e ao silencio da voz profética).
Durante esse hiato é que Alexandre o Grande se tornou senhor do antigo Oriente Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas, quando das batalhas de Granico (334 A. C.), Isso (333 A. C.) e Arbela (331 A. C.).

Helenização

A cultura grega, intitulada helenismo, há tempos se vinha propagando mediante o comércio e a colonização grega, mas as conquistas de Alexandre proveram um impulso muito maior do que havia antes. O idioma grego tornou se a língua franca, a língua comumente usada no comércio e na diplomacia.
À época do Novo Testamento, o grego era a língua comumente falada nas ruas até da própria Roma, onde o proletariado indígena falava o latim, mas onde a grande massa de escravos e de libertos falava o grego.
Alexandre fundou setenta cidades, moldando as conforme o estilo grego.
Ele e os seus soldados contraíram matrimônios com mulheres orientais. E assim foram misturadas as culturas grega e oriental.
Ante o falecimento de Alexandre, com a idade de trinta e três anos (323 A. C.), seus principais generais dividiram o império em quatro porções, duas das quais são importantes no pano de fundo do desenvolvimento histórico do Novo Testamento,
a porção dos Ptolomeus e a dos Selêucidas.
O império dos Ptolomeus centralizava se no Egito, tendo Alexandria por capital. A dinastia governante naquela fatia do império veio a ser conhecida como os Ptolomeus. Cleópatra, que morreu no ano 30 A. C., foi o último membro da dinastia dos Ptolomeus.
O império selêucida tinha por centro a Síria, e Antioquia era a sua capital. Alguns dentre a casa ali reinante receberam o apodo de Seleuco, mas diversos outros foram chamados Antíoco. Quando Pompeu tornou a Síria em província romana, em 64 A. C., chegou ao fim o império selêucida.
Espremida entre o Egito e a Síria, a Palestina tornou se vitima das rivalidades entre os Ptolomeus e os Selêucidas. A princípio os Ptolomeus dominaram a Palestina por cento e vinte e dois anos (320 198 A. C.).
Os judeus gozaram de boas condições gerais durante esse período. De acordo com uma antiga tradição, foi sob Ptolomeu Filadelfo (285 246 A. C.) que setenta e dois eruditos judeus começaram a tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego, versão essa que se chamou Septuaginta. No começo foi feita a tradução do Pentateuco, e mais tarde foi feita a tradução das porções restantes do Antigo Testamento. A obra foi realizada no Egito, aparentemente em benefício de judeus que compreendiam o grego melhor que o hebraico; e, contrariamente à tradição, provavelmente foi efetuada por egípcios, e não por judeus palestinos.
O numeral romano LXX (pois setenta é o número redondo mais próximo de setenta e dois) tornou se o símbolo comum dessa versão do Antigo Testamento.

Os Selêucidas.

As tentativas dos Selêucidas para conquista da Palestina, quer por invasão quer por alianças matrimoniais, deram em fracasso, até que Antíoco III derrotou o Egito, em 198 A. C.
Entre os judeus surgiram duas facções, "a casa de Onias" (pró Egito) e "a casa de Tobias'" (pró Síria).
Antíoco IV ou Epifânio (175 163 A. C.), rei da Síria, substituiu ao sumo sacerdote judeu Onias III pelo irmão deste, Jasom, helenizante, o qual planejava transformar Jerusalém em uma cidade grega.

Foi erigido um ginásio com uma pista de corridas adjacente. Ali rapazes judeus se exercitavam despidos, à moda grega, para ultraje dos judeus piedosos. As competições de corredores eram inauguradas com invocações feitas às divindades pagãs, e até sacerdotes judeus chegaram a participar de tais acontecimentos. O processo de helenização incluía ainda a frequência aos teatros gregos, a adoção de vestes do estilo grego, a cirurgia que visava à remoção das marcas da circuncisão, e a mudança de nomes hebreus por gregos.
Os judeus que se opunham à paganização de sua cultura eram chamadosHasidim, "os piedosos", o que a grosso modo equivale a puritanos.
Antes de desfechar a invasão do Egito, Antíoco Epifânio fez a substituição de Jasom, seu próprio escolhido para o sumo sacerdócio, por Menelau, um outro judeu helenizante, o qual oferecera a Antíoco um tributo mais elevado. É possível que Menelau nem tenha pertencido a alguma família sacerdotal. Mui naturalmente, os judeus piedosos se ressentiram da simonia, em que o sagrado ofício sumo sacerdotal foi dado a quem pagava mais.
Apesar de alguns êxitos iniciais, a tentativa de Antíoco de anexar o Egito terminou falhando. A ambiciosa Roma não desejava que o império selêucida se tornasse mais forte. Fora de Alexandria, por conseguinte, um embaixador romano traçou um círculo no chão, em redor de Antíoco, e exigiu que antes de pisar fora do círculo ele prometesse abandonar o Egito com as suas tropas. Tendo aprendido a respeitar o poderio romano, quando fora refém por doze anos em Roma, tempos antes, Antíoco aquiesceu.
Perseguição por Antíoco Epifânio.

Entrementes, aos ouvidos de Jasom, o sumo sacerdote, chegaram rumores de que Antíoco fora morto no Egito. Retornando de imediato a Jerusalém, aonde chegou vindo de seu refúgio na Transjordânia, Jasom retirou de Menelau o controle da cidade para si mesmo. O amargurado Antíoco, espicaçado pela derrota psicológica que sofrera às mãos dos romanos, interpretou a atitude de Jasom como uma revolta, e enviou seus soldados para punirem os rebeldes e reintegrarem a Menelau no ofício sumo sacerdotal. Nesse processo, saquearam ao templo de Jerusalém e passaram ao fio da espada a muitos de seus habitantes. O próprio Antíoco regressou à Síria.

Dois anos mais tarde (168 A.C.), enviou seu general, Apolônio, com um exército de vinte e dois mil homens para coletar tributo, tornar ilegal o judaísmo e estabelecer o paganismo à força, como um meio de consolidar o seu império e de refazer o seu tesouro. Os soldados saquearam Jerusalém, derrubaram suas casas e muralhas e incendiaram a cidade. Varões judeus foram mortos em bom número, mulheres e crianças foram escravizadas.
Tornou se ofensa capital circuncidar, observar o sábado, celebrar as festividades judaicas ou possuir cópias do Antigo Testamento. 

Muitos manuscritos do Antigo Testamento foram destruídos. Os sacrifícios pagãos tornaram se compulsórios, tal como os cortejos em honra a Dionísio (ou Baco), o deus grego do vinho. Um altar consagrado a Zeus, e quiçá também uma estátua sua, foram erigidos no templo. Animais execrados pelos preceitos mosaicos foram sacrificados sobre o altar, e a prostituição "sagrada" passou a ser praticada no recinto do templo de Jerusalém.
No próximo seguimento vamos fala sobre a revolta do Macabeus. Aguarde....
Fonte: Boas novas

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