segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Igreja Secularizada um problema antigo.


A história do Livro de Juízes é um exemplo de como o secularismo foi trazido para dentro do povo de Deus. 

Não se tratava de um período em que os desafios estivessem ao seu redor (como no livro de Josué), mas dentro do seu próprio território. 
Após a morte de Josué, Israel ficou sem líder nacional durante cerca de 300 anos (período do Livro de Juízes). 
Os juízes eram apenas lideres locais – alguns regiam simultaneamente em diferentes locais da nação. Essa diferença política gera um contraste notório entre o Livro de Josué e o Livro de Juízes.

Enquanto o Livro de Josué diz respeito à conquista de Canaã, Juízes lida com o mau uso que Israel fez com aquilo que Deus conquistara para eles (cf Dt 7.1-5). 

Josué é sobre a fidelidade de Deus; Juízes é sobre a infidelidade de Israel. 

Deus havia dito ao seu povo que a conquista da terra seria gradual (Êx 23.27-30), e o Livro de Josué mostra como ainda havia terra a ser conquistada (cf Js 18.1-3). 

Já o Livro de Juízes primeiro apresenta como Israel acomodou os cananeus entre eles, ao sujeita-los a trabalhos forçados (Jz 1.27-36), e depois a maneira como eles negaram sua fé ao servir outros deuses (2.11-23; 3.5-7). 

Em outras palavras, eles deixaram o que havia de mundano dentro da terra que passaram a possuir e misturaram isso a fé de Israel. Esse sincretismo é semelhante à secularização moderna.

A razão por terem perdido o controle da terra que Deus lhes dera para conquistar foi eles terem se voltado para outros deuses. 

Em outras palavras, a falha política de consumar a conquista da terra e obter controle sobre ela está intimamente relacionada ao declínio religioso de Israel. 

A primeira seção do prólogo (1.1-2.5) apresenta as questões políticas e a segunda parte do prólogo (2.6-3.6) introduz a entrada na idolatria.

É claro que a questão política é apenas a ocasião do erro. 

O cerne do problema no Livro de Juízes é o ciclo de pecado. 

Seis vezes a expressão “os israelitas fizeram o que era mau aos olhos de Senhor” introduz os grandes períodos de opressão no livro (3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). 

Esses períodos refletem o mesmo ciclo de reincidência na idolatria; ruína causada por alguma nação vizinha; retorno a Deus, implorando por livramento; resgate de Deus, por intermédio de um juiz; e um período de repouso durante a vida desse juiz. 

Neste sentido, nosso texto básico é uma amostra genérica do que acontece em todo o livro; pecado reincidente (2.11-13,19); castigo divino (2.14-15); os “gemidos” do povo (2.18b); o livramento por juízes (2.16); e a consequente bonança (2.18a). 

Sempre que morre o juiz, parece surgir uma geração que não conheceu o que Deus fez por intermédio daquele juiz (cf. 2.10). 

Essa doentia amnésia espiritual mostra que os juízes foram bem-sucedidos politicamente, mas não espiritualmente (2.17). 

Eles conseguiam livrar Israel de seus inimigos, mas não conseguiam livrar Israel do próprio Israel e sua idolatria (Handbook on the Historical Books, Victor Hamilton, Baker).

Diante da idolatria de Israel, o texto enfatiza que o povo foi colocado sob “prova” (2.22; 3.1,4), e ele foi reprovado, dando exemplo de secularização (3.5-6). 

Se, por um lado, o povo de Deus no período dos juízes tinha mais condições de se manter puro do que no tempo de Josué (os israelitas já estavam na terra e faltava pouco para conquistarem tudo), a história mostra que o pouco de mundanismo dentro da terra foi suficiente para corrompê-los. 

Não foi preciso sequer se preocupar com os inimigos em redor.

O Livro de Juízes é apenas um exemplo dentre tantos do Antigo Testamento no qual o povo de Deus continua a adorar ao Deus verdadeiro, só que com métodos e conteúdos seculares. 

Esse perigo recorrente deve nos alertar a adotar uma nova estratégia para combater a secularização da igreja.

Fonte: revista Nossa Fé, A igreja e o Mundo, lição a Igreja Secularizada, autor: Heber C. de Campos Jr.

Li no site: www.reformandome.blogspot.com

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