quarta-feira, 26 de março de 2014

Deus pode se tornar inimigo do seu próprio povo?

Deus, em sua Palavra, revela-se como amigo do seu povo. No Antigo Testamento, Ele chama Abraão de amigo: “Mas tu, Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi, semente de Abraão, meu amigo” (Is 41.8). Nas páginas neotestamentárias, o Deus-Homem diz à Igreja nascente: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer” (Jo 15.15).

Ao mesmo tempo em que as Escrituras asseveram que Deus é o Amigo do seu povo, apresentam Satanás como o Inimigo. Jesus mesmo, ao interpretar a parábola do joio do campo, afirmou: “O inimigo, que o semeou, é o diabo” (Mt 13.39). Não há meio termo. Somos amigos de Deus, e inimigos do Diabo. Mas, se não quisermos ser amigos de Deus, seremos o quê? Amigos do Diabo! E, por consequência, inimigos de quem?

Meu Deus! Quer dizer, então, que os cristãos desobedientes, ao se tornarem amigos do Diabo e do mundanismo, passam a ser inimigos de Deus? Isso mesmo! Veja o que o Senhor Jesus disse ao pastor da igreja de Pérgamo a respeito dos crentes mundanos, seguidores das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas: “Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca” (Ap 2.16).

Não existe texto mais enfático a respeito da inimizade de Deus contra os crentes desobedientes do que Isaías 63.10. Chega a ser chocante o que lemos nessa passagem, mas é uma realidade. Veja: “eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles”.

Muitos cristãos que temem as obras de Satanás ignoram uma importante verdade: se o tal é o nosso adversário, isso denota que o Grande Amigo está do nosso lado. Afinal, não há espaço em nossa casa para dois moradores, ao mesmo tempo. Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço, ao mesmo tempo. Ou somos templo do Espírito Santo, morada de Deus em espírito, ou estamos dando lugar ao Diabo.

Reflitamos: se nos sujeitarmos ao Senhor Jesus, o nosso Amigo, resistiremos ao Diabo, o qual fugirá de nós (Tg 4.7). Por outro lado, se resistirmos a Deus, nos sujeitaremos ao Inimigo de nossas almas. E, se fizermos isso, quem será o nosso inimigo?

Somente o arrependimento verdadeiro, que envolve intelecto, sentimento e vontade, pode impedir um crente rebelde de sofrer as consequências de sua inimizade contra Deus. A nossa amizade com Ele está condicionada à obediência. O Mestre dos mestres, ao ensinar os seus discípulos e a nós, por extensão, afirmou: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando” (Jo 15.14). E, em Tiago 4.4, vemos que amizade com o Senhor exige exclusividade: “qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.

Ter Satanás como inimigo é difícil. Mas seremos vitoriosos contra as suas astutas ciladas, uma vez que temos ao nosso lado — e em nós — aquEle que peleja por nós, o qual é maior do que todos os nossos adversários (1 Jo 4.4; Ef 6.10-18). Entretanto, se permanecermos no pecado, em rebelião contra o Senhor, Ele será o nosso oponente. E, nesse caso, a quem recorreremos? Quem nos defenderá?

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