segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Cristão e a Riqueza - É errado o cristão ser rico?

Eu recomendo muito o uso do dinheiro, pois é um bem sem o qual é muito difícil viver! Ao contrário do que muitos cristãos acreditam, o dinheiro não é absolutamente a raiz de todos os males. "Mas pastor Ron, a Bíblia diz que o dinheiro é a raiz de todos os males!" Você está enganado. Em 1 Timóteo 6:10, a Bíblia diz:
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." [ênfase adicionada].

Veja, o dinheiro é uma parte necessária a vida e certamente não é intrinsecamente mau nem bom. Ele é uma das muitas "coisas" na vida de um cristão das quais o Senhor, na verdade, é o dono, mas permite que usemos como Seus mordomos. Quando utilizamos corretamente as "coisas" que Ele coloca ao nosso dispor, e mantemos uma atitude correta com relação a elas, Ele freqüentemente as multiplica. Quando adotamos a atitude errada com relação às "coisas" é que entramos em problemas. Se desenvolvermos um amor, um desejo desordenado por essas coisas, isso se torna um pecado em nossas vidas. Novamente, o dinheiro e os outros bens materiais não são pecaminosos em si mesmos. Na verdade, são muito bons e, se nos comportarmos e praticarmos a boa mordomia, Deus pode achar adequado permitir que usemos parte deles! No entanto, deixe-me dizer logo que não existem garantias. O "Evangelho da Prosperidade" que alguns estão pregando é tão falso e vazio quanto uma nota de três reais. É um fato que Deus prometeu prosperidade espiritual e financeira aos israelitas no Antigo Testamento, mas ambas eram condicionadas à obediência a Ele. Em nenhum lugar você encontrará uma promessa semelhante para os cristãos no Novo Testamento. Na verdade, a Bíblia nos diz que nosso caminhar com Cristo será duro e quanto mais perto procurarmos estar dEle, mais difícil ficará essa caminhada. Neste aspecto, o cristianismo é absolutamente diferente em comparação com todas as religiões do mundo. 

Em 2 Timóteo 3:12, a Bíblia diz: "E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.".

Embora seja verdade que a riqueza é uma bênção de Deus, a pobreza não deve ser vista como desfavor, pois em certo sentido, liberta o indivíduo de tremendas responsabilidades e tentações. Lucas 12:48b diz: "... a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá." O ensino do Novo Testamento tem muito a dizer sobre qual deve ser nossa atitude com relação às coisas que Deus confiou aos nossos cuidados. Vejamos:

Na parábola do Semeador, em Lucas 8:14, o Senhor diz o seguinte sobre a semente que cai entre espinhos: 

"E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição."

Nesse verso, o Senhor nos diz que a semente é a Palavra de Deus e quando as pessoas a ouvem e permitem que as ansiedades, cuidados, riquezas e deleites desta vida diluam a mensagem, deixam de amadurecer na fé. Como cristãos, se quisermos fazer progressos no nosso caminhar com Cristo, a Palavra de Deus precisa ser mais preciosa para nós do que qualquer coisa que o mundo tenha para nos oferecer. 

Em Mateus 6:19-21, o Senhor disse o seguinte sobre os tesouros terreais:

"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." 

A eternidade é para sempre (!) e é tolice demais sacrificar os tesouros do céu pelas riquezas deste mundo. No entanto, é exatamente isso que muitos cristãos fazem rotineiramente quando ficam enamorados com os bens materiais. Estou convencido que nosso Deus atribui soberanamente a cada um de nós uma posição relativa na vida — nosso status financeiro e material, juntamente com as capacidades co-relacionadas (ou a falta de capacidades) pertinentes a essa posição. Sejamos francos, nem todos têm o intelecto ou a capacidade de acumular riqueza e lidar com ela da forma correta. Alguns têm essa capacidade e graças a Deus por eles poderem gozar os frutos de seu trabalho. Outros irmãos fazem o melhor que podem, mas passam a vida inteira lutando apenas para satisfazerem suas necessidades básicas de alimentação e vestuário. Experimentamos a verdadeira felicidade e o contentamento espiritual quando descobrimos qual é nosso nicho respectivo na vida e então fazemos o melhor que pudermos, enquanto pudermos! Entramos em problemas quando não estamos satisfeitos com a provisão de Deus e cobiçamos mais do que Ele sabe que é melhor para nós. Ambição e desejo de progresso material somente são naturais e corretos quando não forçamos a coisa. Se Deus quiser que prosperemos em nossos empregos e ganhemos mais dinheiro, Ele fará isso acontecer.

Quando Ele abrir as portas, poderemos passar por elas. Infelizmente, muitos cristãos não compreendem isso e quebram a cara ao tentarem passar por portas que estão fechadas! Isso é enfatizado pelas palavras de Cristo em Lucas 12:15:

"E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.".

O perigo espiritual subjacente que está associado com o dinheiro e com os bens materiais é que eles podem facilmente se transformar em ídolos em nossas vidas. Muitas pessoas acham que um ídolo é somente uma figura feita de madeira ou de pedra que é colocada em um templo e que é adorada. Não, um ídolo é qualquer coisa que fique entre nós e Deus! Deus quer nossa total fidelidade a Ele, exatamente como marido e mulher requerem um do outro. Ele fica ofendido quando desviamos nosso amor e atenção dEle para qualquer outra coisa.

Esse conceito é delineado em Mateus 6:24: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.".

O apóstolo Paulo também falou sobre o dinheiro e os bens materiais e, em sua primeira carta a Timóteo, adverte os cristãos, particularmente os pregadores, sobre o uso incorreto do dinheiro. Em 1 Timóteo 6, começamos nossa leitura no meio do verso 5 e continuamos até o verso 9, depois no verso 17:

"Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína... Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos.".

Nossa sociedade valoriza excessivamente a riqueza e os bens materiais. As pessoas são classificadas de acordo com a renda: classe baixa, classe média e classe alta, ou, às vezes, em classes A, B, C, D e E. Somos constantemente bombardeados com propagandas que procuram despertar o desejo da pessoa de "subir na escala social". Isso se tornou parte da realidade cotidiana. Algumas propagandas recorrem ao tema: "Você merece..." ou "Você deve isso a si mesmo..." As agências de propaganda conhecem bem a natureza humana e a exploram habilmente para promover os produtos e serviços. Nós, criaturas pecadoras, temos uma fraqueza natural com relação aos prazeres e aos bens materiais e eles a exploraram para seu ganho financeiro! Como cristãos, precisamos estar vigilantes contra esses estímulos.

É também triste observar cristãos que não têm a força de vontade para praticar a mordomia correta daquilo que Deus lhes deu. O desejo de ter, de obter e de usar cresceu até um ponto em que milhões de pessoas se encontram endividadas e alguns cristãos certamente também se enquadram nessa situação. Satanás fez com que o crédito facilitado arruinasse o testemunho de inúmeros cristãos. Ninguém deveria se endividar além da sua capacidade financeira de pagar, especialmente aqueles que professam o nome de Jesus Cristo. Fazer isso é trazer reprovação sobre si mesmo e sobre seu Salvador. Aqueles pequenos cartões de plástico são muito fáceis de obter, mas certamente atuam como um narcótico para algumas pessoas e, sem que percebam, as dívidas e os juros começam a se acumular. Pessoas que nunca jogariam em um cassino contraem dívidas com seus cartões de crédito e isso nos faz perguntar qual é a diferença essencial? Saber que você não poderá pagar depois e precisará rolar a dívida, pagando juros extorsivos, é pecaminoso se foi por falta de domínio próprio que você contraiu aquela dívida. Quando considerarmos o fato que somos mordomos do Senhor e que estamos fazendo mal uso do dinheiro dEle, isso deve colocar as coisas sob a perspectiva correta. 

Meu conselho a você que está em dívidas é sair dessa situação o mais rápido que puder — mesmo que para isso precise se desfazer de algumas coisas que o levaram a essa situação. (Não estamos falando aqui de financiamentos imobiliários e outras dívidas dessa natureza, pois elas têm a garantia do próprio imóvel). Ao enfrentar uma situação de dívida além da capacidade financeira, o modo mais fácil de sair é declarar falência pessoal e deixar os credores a ver navios. No entanto, Deus não permite que um de Seus filhos faça uma coisa dessas! Pode ser legal juridicamente, mas não é ético para o cristão. Se você estiver enfrentando uma situação dessas, faça a coisa certa e procure renegociar a dívida com os credores, alargando os prazos ou reduzindo os juros — mesmo que precise passar o resto da vida trabalhando em dois empregos para corrigir a situação! Eles não torceram seu braço, obrigando-o a contrair as dívidas; a culpa pelos gastos excessivos foi sua. Agora, o mínimo que você precisa fazer é um esforço honesto para pagar o que deve. Agir de forma contrária é arruinar completamente seu testemunho e envergonhar o nome do Senhor Jesus Cristo.

O Espírito Santo, falando por intermédio do apóstolo Paulo, tem o seguinte conselho maravilhoso para nós:

"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." [1 Timóteo 6:6-10].

Quando a ênfase em nossa vida for colocada corretamente na piedade, obteremos o contentamento pessoal como resultado. Afinal, o que pode ser melhor que ter nossas necessidades atendidas e dormir com uma consciência tranqüila?


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