segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Igreja e a Disciplina.


Texto Aúreo: “E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;" Hb 12.5

Nesta lição abordaremos um tema muito polêmico e complicado, onde muitos confundem a disciplina que nos é imposta por Deus a luz da bíblia, com regras humanas, não digo que bons costumes sejam maus, mas também que devemos examinar bem as escrituras para não incorrermos em erros ou também criar novos dogmas e assim distorcermos as verdades bíblicas e assim levar muitos a ventos de doutrinas e assim tirar muitos do caminho verdadeiro; então sejamos sábios e prudentes, além de tudo sermos disciplinados na palavra de Deus. 
Porém se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram os vossos pais que estavam além do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Js 24.15 

Disciplina 

s.f. O conjunto dos regulamentos destinados a manter a boa ordem em qualquer assembléia ou corporação; a boa ordem resultante da observância desses regulamentos. / Submissão ou respeito a um regulamento.

Disciplina é uma palavra que tem a mesma etimologia da palavra "discípulo", que significa "aquele que segue". Também é um dos nomes que se pode dar a qualquer área de conhecimento estudada e ministrada em um ambiente escolar ou acadêmico. Geralmente diz respeito a uma Ciência ou Técnica, ou subderivados destas. Aqueles que seguem uma disciplina podem assim ser chamados de discípulos. 

No campo militar, por exemplo, a disciplina é considerada uma qualidade a ser perseguida pelos soldados, com o objetivo de torná-los aptos a não se desviarem de uma conduta padrão, desejável para o bem comum da tropa, mesmo em situações de pressão extrema. “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.” II Tm 2.3 

Há alguns tipos de disciplina mencionados na Bíblia: 

Disciplina Divina - onde Deus mesmo corrige os Seus filhos pessoalmente (At 5.1-11). 

Disciplina Própria - onde nós mesmos corrigimos as nossas atitudes erradas (1 Co 11.31) 

Disciplina no Lar - onde os pais corrigem seus filhos (Ef 6.4). Além destas, muitas vezes há a necessidade de disciplina na igreja. 

Disciplina na Igreja - A igreja tem autoridade, dada por Deus, para disciplinar (Mt 16.19; 18.18). A autoridade na disciplina nunca vem daquele que a aplica, mas daquele que a ordenou, ou seja, o Cabeça e Senhor da Igreja, Cristo (Ef 1.22-23). A igreja local aplica a disciplina em nome de Deus. A pergunta a ser feita não é “com que direito a igreja disciplina?”, mas: “Com que direito um membro da Igreja do Cordeiro profana o sangue da aliança e ultraja o Espírito da graça?” (Hb 10.29). Nenhum direito nos é dado, mas sim a responsabilidade de amar o pecador e vigiar para que também não caiamos (1 Co 10.12). 

Os propósitos da disciplina são: 

1. MANTER A REPUTAÇÃO DE DEUS (Rm 2.23,24) - Deus é santo e exige que o seu povo também o seja e que haja santidade na sua congregação (Dt 7.6; 28.9; 23.14). O céu é santo (Sl 20.6), o Nome de Deus é santo (Sl 30.4), o trono de Deus é santo (Sl 47.8), o homem de Deus é santo (Sl 106.16), o caminho de Deus é santo (Is 35.8), os mandamentos de Deus são santos (Rm 7.12), o temor a Deus é santo (Hb 12.28), os anjos são santos (At 10.22), JESUS é Santo ( Mc 1.24), O Espírito é Santo (Lc 3.22) e Ele nos ordena que sejamos santos (1 Pe 1.15,16; Ap 22.11). 

2. PROTEGER A PUREZA MORAL E A INTEGRIDADE DOUTRINÁRIA DA IGREJA (1 Co 5.6,7; 2 Jo 7-11; 1 Tm 1.13) - A igreja não pode tolerar o pecado (Ap 2.20). Se Cristo deseja sua igreja “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.27), a disciplina eclesiástica é altamente relevante, pois é um meio instituído por Deus para manter pura a sua igreja. O servo de Deus sempre deve almejar a pureza da noiva do Cordeiro (2 Co 11.1-3), mesmo diante da possibilidade da sua contaminação pelo mundo. 

3. SALVAR A ALMA DO CRENTE E RESTAURÁ-LO À COMUNHÃO COM DEUS E COM A IGREJA (Mt 18.15; Tg 5.19,20; 2 Co 2.7,8; 10.8; Hb 12.6-11; 2 Ts 3.6-15; 2 Tm 2.22-26). 

4. DISSUADIR OUTROS A NÃO PECAREM, TEMENDO A DISCIPLINA (1 Tm 5.20; At 5.11). 

A disciplina não é obrigatoriamente sinônimo de exclusão; assim como o remédio para tratar um membro doente não é a amputação, senão em último recurso. Isto ocorre freqüentemente por falta de habilidade para tratar o caso e por falta de misericórdia por parte dos crentes. A disciplina tem o propósito de educar, corrigir, livrar do mau caminho (Pv 6.20,23; 5.22,23). 

O perigo da falta de disciplina 

Paulo, escrevendo à igreja da Corinto (1 Co 5.1-13), alerta para os perigos que sobrevêm quando se é negligente na aplicação da disciplina. 
1. O pecado na igreja entra em choque com o seu caráter santo, mas ele ocorre.

2. Muitos pecados atingem um estágio público e notório 

3. Acomodação e orgulho 

4. O perigo especificado 

5. As marcas da Igreja 

6. O esclarecimento quanto à associação 

7. A rigidez da disciplina 

8. O objetivo final 

A seguir temos este texto que ilustra bem a disciplina veja:

OS QUATRO NÍVEIS DA DISCIPLINA NA IGREJA

Jesus foi quem primeiro falou de disciplina no Novo Testamento:

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se não te ouvir, leva contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada.E se não ouvir, dize-o à igreja; e, se também não ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano”. - Mateus 18:15-17

Há quatro níveis distintos no processo de disciplina que o Senhor ensinou:

1. Repreensão pessoal;

2. Repreensão com testemunhas;

3. Repreensão pública;

4. Exclusão.

Não praticamos a disciplina quando a pessoa se arrepende, mas sim quando ela se recusa a arrepender-se. E neste caso, dentro de uma progressividade; com a repreensão pessoal primeiro, a com testemunhas em segundo, a diante da igreja em terceiro e só então a exclusão em quarto lugar. 

Não podemos excluir alguém sem ter dado antes estes passos. Porém, alguém pode não querer receber os primeiros níveis da repreensão fugindo deles; neste caso, constatada a indiferença e relutância da pessoa, passamos então ao quarto nível, subentendendo terem sido os outros insuficientes ou impraticáveis.

Quando a repreensão se torna pública, ainda que seguida de arrependimento, e a pessoa em questão é um líder, a disciplina se manifestará afastando a pessoa de sua posição de liderança até comprovada restauração.

REPREENSÃO PESSOAL

Vários textos bíblicos falam sobre a necessidade de repreensão. E não são necessariamente ligados ao presbitério, pois no corpo de Cristo ministramos uns aos outros. Neste nível se enquadram os líderes de célula e todos que exercem cuidado por outras pessoas no Corpo. Veja alguns deles:

“Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos…” - I Tessalonicenses 5:14

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais vedes que aquele dia se aproxima”. - Hebreus 10:25

“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade”. - II Timóteo 2:24,25

Note que corrigir não significa contender, mas demonstrar cuidado com mansidão. Quando porém, a situação se agrava, é necessário que o governo da Igreja (os presbíteros) assuma a situação, que pode ser delicada e necessitar que a autoridade espiritual seja imposta, como Paulo fez com os coríntios (II Co.13:2 e 10).

REPREENSÃO COM TESTEMUNHAS

Além da instrução do Senhor Jesus, não encontramos outro texto que fale com clareza sobre este nível de disciplina, mas ele é muito eficaz por tirar a situação do aspecto pessoal e colocá-la num patamar de formalidade. E se as pessoas escolhidas para acompanharem a repreensão forem pacificadoras, serão de grande proveito para promoverem o arrependimento com argumentação mansa e amorosa.

Em caso de resistência da pessoa que está sendo repreendida, ela deve ser avisada que assim como o segundo nível de repreensão não foi aceito, será necessário o terceiro num culto público, e que permanecendo ainda inflexível ela chegará ao quarto nível: a exclusão.

REPREENSÃO PÚBLICA

Ao dizer que levasse a repreensão para o terceiro nível, à Igreja, Jesus não se referia a tratar a questão na Igreja (templo) ou com os líderes da Igreja, como alguns gostariam que fosse. Na verdade, Ele se referia a tratar a questão em público. Paulo também falou sobre este princípio ao escrever para seu discípulo Timóteo:

“Quanto aos que vivem no pecado, reprende-os na presença de todos, para que também os demais temam”. - I Timóteo 5:20

E a razão para isto é clara: “Para que outros tenham temor”. Toda a Igreja precisa ser ensinada sobre a disciplina cristã e vê-la funcionando quando necessário. Somos um corpo no Senhor; o pecado contínuo de alguém prejudicará a todos. O único meio de evitar isto é cortando a raiz do pecado com arrependimento ou cortando a pessoa (quando ela não quer se arrepender) da comunhão do corpo. Diante da Igreja ela será obrigada a optar entre um ou outro.

A EXCLUSÃO

Na Igreja de Corinto, alguém chegou ao ponto de se envolver sexualmente com a madrasta (I Co. 5:1). Tão logo isto chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo, ele ordenou: “Tirai do meio de vós a esse iníquo”. Antes, contudo, deixou claro em que condições isto deve acontecer:

“Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me com isto não propriamente aos impuros deste mundo, ou avarentos, ou roubadores, ou idólatras, pois neste caso teríeis que sair do mundo. Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. EXPULSAI, pois, de entre vós o malfeitor”. - I Coríntios 5:9-13

Observe o detalhe que Paulo inseriu ao falar do pecador: “dizendo-se irmão”. Isto se refere a quem quer se parecer irmão sem o ser; não fala de uma queda ou tropeço espiritual, mas de uma prática continuada nestes pecados.

Excluir não significa proibir a pessoa de colocar o pé na Igreja, mas sim deixar de reconhecê-la como parte do corpo, e isto envolve deixar de se relacionar (Tt.3:10,11), de ter comunhão com a pessoa. Isto fica claro quando o apóstolo diz: “com o tal nem ainda comais”. Paulo explica melhor esta distinção na sua carta aos tessalonicenses:

“Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado. Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão”. - II Tessalonicenses 3:14,15

Este princípio já havia sido estabelecido desde o Velho Testamento, onde havia vários motivos pré-estabelecidos para exclusão. O motivo é poupar o corpo de prejuízos espirituais, e não tentar manter um controle sobre as pessoas. Os casos não manifestos não chegam a ser tratados na Igreja, só os que chegam a ser conhecidos.

Autor: Luciano P. Subirá Via:http://ensinodominicalbetel.blogspot.com

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