terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Ponte.

“O grande do homem é ele ser uma ponte e não uma meta”. Nietzsche.

Tenho refletido ultimamente que quanto mais conectado se torna o mundo mais isoladas ficam as pessoas. Não é a toa que o escritor francês André Malraux afirma que somos a “civilização da solidão”. Não obstante, é bem provável que a grande maioria afirme justamente o contrário, pois é fato que estamos vivendo em meio ao fenômeno das grandes interações humanas que ocorrem nas redes sociais.

Ainda assim, penso diferente... Somos seres sociais, não virtuais. Precisamos de trocas que se dêem para além do teclado e da tela do computador; necessitamos de abraço, afago, carinho, toque, sensações.

Tenho observado as interações que os seres humanos travam em seu cotidiano. Raramente elas são pessoais, íntimas ou intensas. Na sua grande maioria, estão marcadas pelo formalismo, pela impessoalidade e até pela frieza.

Bem afirmou o filósofo dinamarquês kierkegaard que existimos em meio a um baile de máscaras. Nossos gestos, palavras e pensamentos mais se parecem com uma representação, um ensaio, algo que nos remete ao teatro e não a vida real.

Somos “forçados” a realizar tantas interações “mecanizadas” num único dia que já não nos preocupamos mais com o que as pessoas estão sentindo ou mesmo quem elas são! Por isso, não se assuste se você estiver numa reunião, tratando de negócios, enquanto alguém bem próximo está chorando. E isso ainda não será o pior... A grande tragédia será você, sequer, perceber! 

Paralelamente, também é verdade que nós, dificilmente, somos percebidos em meio aos nossos sentimentos e necessidades. Não raro converso com pessoas que parecem me escutar, mas, de fato, estão apenas me ouvindo. Em alguns segundos o que eu expressei vai desaparecer, será deletado, expurgado da mente, não terá a chance de chegar nem perto do “coração”.   

A questão é tão grave e profunda, e nós temos nos apercebido tão pouco, que já nem nos preocupamos mais com o fato de não termos com quem “nos abrir”; precisamos pagar um profissional para nos escutar! Ninguém sabe o que se passa em nossas almas, freqüentemente, nem mesmo nosso(a) companheiro(a). Estamos vivendo a “existência epidérmica”, onde tudo é superficial e rasteiro. Só o nosso travesseiro conhece nossos dilemas, contradições, inquietações medos e dores.

Na verdade, nossas “trocas” têm se tornado neurotizadas pela quantidade de opções que possuímos. Estamos diante do computador e, de repente, soa um “apito”: “plim!” – acaba de chegar um e-mail. Outro “zunido” vem em seguida: é alguém no Facebook nos chamando. De repente, a conversa que era apenas com uma pessoa, já se desenrola com três ao mesmo tempo! Fica até difícil articular o pensamento. Mais um toque sai da máquina: agora é alguém que seguimos postando algo no Twitter. Há, e não esqueçamos dos avisos que chegam dos blogs que acompanhamos e da necessidade de dar uma “olhadela” no Orkut para ver se alguém deixou algum recado. 

“Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”. A afirmação de Jesus expressa bem o seu propósito existencial: ser uma ponte! Ele quer nos re-conectar não somente a Deus, mas a nós mesmos e ao nosso próximo.

Se você prestar atenção, verá que Jesus sempre agiu como ponte. Ele era a ponte entre a desgraça e a misericórdia, entre a calamidade e a libertação, entre a doença e a cura, entre a deformação e a integridade do ser, entre o caído e a redenção, entre o perdido e a salvação. Foi assim com a prostituta, com os dez leprosos, com o cego de Jericó, com o endemoninhado gadareno, e tantos outros... Ser "ponte" entre gente, esse era o "negócio" de Jesus". 

Parafraseando Lenine, essa “...ponte não é de concreto, não é de ferro, não é de cimento...”, a “ponte” que viabilizou tudo isso habitou entre nós em carne e sangue e, por causa dela, toda inimizade foi desfeita, eu e você podemos nos re-ligar novamente a “Fonte”. Sim, mesmo vivendo em meio à sociedade da informação, há certo tipo de “conexão” que nenhum cabo ou conector pode realizar, mas apenas a aceitação do sacrifício do Cordeiro mediante o arrependimento trazido a consciência pelo Espírito Eterno.
 

4 comentários:

  1. Ola irmão muito obrigado por visitar o nosso blog da radio Resgate Net!Venho retreubuir a visita e confesso estar impactado com a qualidade do conteudo desta pagina este é um blog abençoado e abençoador de vidas!

    Gostaria de convidar o amado para Resgatar vidas conosco sendo assim um de nossos parceiros colocado a nossa radio e chat ou um dos dois no seu blog na pagina inicial que podem ser adquiridos os codigos-fonte livremente em nosso blog, nos também estaremos divulgado o seu blog na nossa pagina para que nossos membros e visitantes e ouvintes da radio também possam conhecer edificados através deste trabalho realizado aqui com excelência amem!

    http://www.resgatenet.com/

    ResponderExcluir
  2. Macelo, parabenizo-o pelo blog. Gostei bastante de "A Ponte". Não podemos substituir o contato físico, caloroso, pelas mesnagens virtuais. Se desejar parceria, ou uma simples visita entre em contato:www.igrejabatistadoverbo.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Muito obrigado Resgatenet e George Gonçalves por comentarem meu blog, fico muito crato pelos elogios, mas que eu desapareça para que o Senhor seja glorificado, fiquem todos com Deus.

    ResponderExcluir
  4. Macelo, tornei-me seguidor e coloquei seu banner no meu blog. Juntemos forças para divulgar a Palavra de Deus. Um abraço.

    ResponderExcluir

DESIGREJADOS, COMO SE EU SOU A IGREJA?

Autor: Marcelo Carvalho Nascimento RESUMO Há um crescente número de desigrejados e buscaremos entender os motivos que levam as pesso...