sábado, 29 de outubro de 2011

Como surgiu o dia de finados.



A igreja católica romana tem como premissa o culto aos chamados “santos”, pessoas virtuosas que são “canonizadas” após a morte e, por estarem próximos a Deus, poderiam realizar milagres. O Brasil, apesar de ser considerado o país mais católico do mundo (cerca de 64% da população, segundo pesquisa), só tem dois “santos”; mas além do montão dos canonizados oficialmente, existem inúmeros outros, como a alegada “padroeira”. Para homenagear essa santaiada toda é que existe o dia “de todos os santos”.


Através dessa comemoraçãoRoma pretende aproximar seus fiéis de Deus, com o seguinte arrazoado: como os “santos” foram pessoas de carne e osso, que tiveram condutas exemplares, todos têm potencial para tornarem-se santos. A “homenagem aos santos” geralmente é no dia do aniversário de suas mortes, mas como há mais “santos” do que dias no ano, os menos famosos que caem na mesma data de um “best-seller” acabam ofuscados. Para resolver esse problema, o “papa” Bonifácio IV criou uma espécie de aniversário coletivo, para acender velinha para todo mundo numa batelada só. Isso foi no século VII, e a data escolhida foi 13 de maio. No século seguinte, mais precisamente no ano 835, o “papa” da hora, Gregório III, atropelou a norma que diz que o “papa” é infalível em assuntos eclesiásticos, decretou que Boni 4 estava errado e o certo era 1º de novembro.
Dizem os historiadores – veja bem, não sou eu que estou dizendo, depois não digam que estou acusando, fazendo fofoca, intriga, que sou “cismático” etc. – historiadores afirmam que o principal objetivo da mudança da data foi para que ela passasse a coincidir com o Samhain – o ano-novo dos bruxos (que deu origem ao Halloween), e dessa forma atrair pagãos (possíveis novos fiéis) para a fé católica. Para o 13 de maio colocaram Maria no lugar, e de quebra disseram que esse agora era o dia “das mães”.

Como dizia uma lenda, no 1º de novembro demônios e espíritos malignos andavam livres pelo mundo, voltando às regiões abissais à meia-noite do “finados”. Assim o dia “das bruxas”, Halloween, como véspera “de todos os santos”, seria uma espécie de preparação para enfrentar e repelir o mal no dia seguinte. Confira a informação aqui. E assim a crença da “volta dos mortos” foi incorporada (eeeepa!) ao folclore católico, como veremos adiante.
Essa celebração mezzo-cristã/mezzo-pagã – como, aliás, é a maioria das festas católicas, um mix de cristianismo com paganismo, doa a quem doer – aproveita e homenageia a granel todos que “morreram em estado de graça” e não foram canonizados, e portanto, não têm um dia específico. Aliás, vou escrever um artigo sobre como surgem as crendices que transformam personagens bizarros e lendários em “santos” (como estes dois aqui), e como a igreja católica acaba patrocinando esquisitices, aceitando misturas até com religiões africanas. Aguarde que tem mais.

Olha só que curioso: em Portugal, no dia “de todos os santos”, crianças saem à rua a pedir o “pão-por-Deus” de porta em porta, recitando versos e recebendo em troca pão, broas, bolos e frutas como nozes, amêndoas e castanhas, que guardam em sacolas. Lembra alguma coisa? É também costume em algumas regiões oferecerem um bolo, o “Santoro”, e nesses lugares a data também é conhecida como “dia dos bolinhos”.

“Todos os santos” não é feriado, mas muitos tiram o dia para ir a “missas especiais” em honra dos “santos”, e até aproveitam para dar uma esticada ao cemitério limpar sepulturas, levar flores e aprontar tudo para o dia seguinte, 2 de novembro, “finados”. 

Assim, vemos que o dia “de finados” é mais um resultado da mixórdia católica que, desde longa data, vem bolando estratégias de marketing para atrair e manter fiéis a qualquer custo. Mesmo que o crescimento numérico comprometa a sã doutrina – e agora os neo-evangélicos adotam essa tenebrosa barganha: desde a fusão da igreja cristã ao Estado romano, foram adotados crenças estranhas e costumes de vários povos. Rezar pelos antepassados junto aos seus túmulos é apenas um exemplo: no século XI isto foi oficializado pelos “papas” Silvestre II, João XVIII e Leão IX. Eles disseram que era para dedicar um dia por ano aos mortos, e o 2 de novembro foi institucionalizado a partir do século XIII como o dia “dos finados”.


Desde então as pessoas vão ao cemitério levar flores, acender velas,rezar pelos defuntos, em missas em nome dos falecidos – um grande negócio para a igreja, pois essas missas costumam ser cobradas, não são baratas, e como todo mundo quer seus parentes livres do “purgatório”, imagine só a indústria de exploração da fé que se formou. Por isso os homens de preto mantêm como pilar sagrado esse “purgatório”, pois no dia que o povo descobrir que é uma balela sem fundamento bíblico, a casa cai. E com ela o comércio paralelo de velas, flores, lanches, terços, imagens, bibelôs, enfeites, camisetas, cartõezinhos... um lucro enorme vai para o saco.
Vela, por exemplo, uma bobagem. Os católicos crêem que o testemunho daquele que morreu fica como luz acesa no coração de quem continua a peregrinação. Por isso acendem velas no dia “de finados”, para celebrar e perpetuar a luz do falecido.


No México fazem uma verdadeira festa e preparam um banquete. Segundo a tradição, nos dias 1º e 2 de novembro, Deus deixa os mortos visitarem seus familiares ainda vivos, e lhes permite comer e beber aquilo de que mais gostavam. No dia 1º chegam as crianças falecidas, e por isso chamam a data de “dia dos santos inocentes”: preparam um altar com doces, brinquedos e velas para iluminar o seu caminho de volta à terra. No dia 2 chegam os adultos. Para ter a certeza de que encontrarão o caminho do cemitério até suas casas, espalham pétalas de flores e velas pelas ruas. No altar preparado pela família, o morto encontrará as oferendas feitas pelos seus parentes, com os seus pratos favoritos em vida. 


Se isso é cristianismo, então danou-se.

A igreja católica aceita tudo isto como válido, e é por isso que eu digo que ela não é cristã. Ou uma coisa, ou outra. A base do ensino cristão é a Bíblia, e a Bíblia não ensina nada disto! Pelo contrário, somos instruídos a evitar esse tipo de mistura:

Nada de orações a quem já morreu: “Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 19:31);
[não haverá entre vós] nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos (Deuteronômio 18:11).
Devemos seguir um único caminho: “E Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o” (I Reis 18:21);
“O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30:19);
“Vós sabeis que, quando éreis gentios, vos desviáveis para os ídolos mudos, conforme éreis levados” (I Coríntios 12:2).

Nada de oferecer coisas a mortos:“Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniqüidade, andamos perversamente. Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o Altíssimo junto ao Mar Vermelho... Também se apegaram a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos aos mortos. Assim o provocaram [a Deus] à ira com as suas ações; e uma praga rebentou entre eles... se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras(Salmo 106:6, 7, 28,29, 35).

Não invente “rainha do céu” nem ofereça “homenagens”: “Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me provocarem à ira (Jeremias 7:18).
Deus abomina os ídolos – e no fundo, esses “santos” são ídolos:“... porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos entre vós, e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro” (I Tessalonicenses 1:9);
“Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar (Apocalipse 9:20).
Quer mais? Clique aqui.

Insistir nessas práticas é querer inimizade com Deus.
Doa a quem doer.

8 comentários:

  1. Ola marcelo , desculpe pela demora estava sem tempo aqui , mas o seu banner já está no blog valeu pela parceria
    , ate mais .

    Graça e paz

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  2. OK, vamos trocar banners.
    Abs
    Georges
    (Doa a quem doer)

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  3. Ola marcelo estou seguindo vc e gostaria que vc mem retribuisse !!olhei seu blogger e achei muito legal parabéns cara continue assim organizado!!!o meu é esse ai blz!!

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  4. "As autoridades judaicas, sobretudo os saduceus (pessoas que não acreditam na ressurreição) e a aristocracia sacerdotal,eram ferrenhos inimigos dos cristãos. Paulo mesmo, antes da sua conversão, perseguia a nova 'seita' ou 'partido', como era chamado o cristianismo" (ANDRE LUIZ MILANI,JOÃO DÉCIO PASSOS, PEDRO LIMA VASCONCELLOS E SYLVIA VILLAC).

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  5. Um dos cultos mais antigos e que esteve presente em quase todas as religiões, em especial as mais antigas é o culto aos mortos. A principio era ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Para os mais antigos, os mortos eram como sementes, e por isso eram enterrados com vistas à ressurreição.

    O dia dos mortos na prática da Igreja Católica surgiu como uma ligação suplementar entre mortos e vivos. O mundo em geral, tanto religiosos como profano aderiu a tal prática. No século I, os cristãos visitavam os mortos em seus túmulos para rezar pelos que morreram, mas iam apenas ao tumulo dos mártires.

    Já no século V, um dia do ano era dedicado para rezar por todos os mortos, a igreja rezava por aqueles que ninguém mais lembrava. Exatamente no século X, a Igreja Católica estabeleceu um dia oficial para os mortos (Dia de Finados). Foi a partir do século XI, que os papas Silvestre II, João XVII e Leão IX passaram a forçar a comunidade a dedicar um dia aos mortos.
    No século XIII, tal data passou a ser comemorada no dia 2 de novembro, pois no dia 1º de novembro é a festa de Todos os Santos (celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados). Atualmente as pessoas comemoram o dia dos mortos, levando flores aos túmulos e participam dos eventos ecumênicos de tal data.

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  6. Paz,ótimo blog,parabéns e que Deus o Abençoe!

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  7. Ótimo blog,estudos bem elaborados,Que Deus abençoe,Paz!

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  8. Obrigado Raffael Luiz, pela visita e ao elogio ao meu blog fica com Deus.

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