quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O saco de carvão.


O pequeno Zeca entra em  casa, batendo os pés no assoalho com força. Seu pai, que estava indo para o quintal fazer alguns serviços na horta,
chama o menino para uma conversa. Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado.
Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:

-     Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito isso comigo. Desejo tudo de ruim pra ele, quero matar esse cara.  

Seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:

O Juca me humilhou na  frente dos meus amigos. Não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir para a escola.
 
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. 

Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou calado. Zeca vê o saco ser aberto e, antes mesmo que pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
 
-    Filho, faz de conta que  aquela  camisa  limpinha  que  está secando no varal  é o seu amigo Juca, e  que cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele.
 
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço.  Depois eu volto para ver como ficou.” 

O menino encarou como uma brincadeira e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe, e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora depois terminou a tarefa. O pai, retorna e lhe pergunta: 

-Filho, como está se sentindo agora?

-Cansado mas  alegre. Acertei muitos pedaços de carvão na camisa.

O pai olha para o menino, que não entendeu a razão daquela
brincadeira, e com carinho lhe diz:

- Venha comigo até meu quarto, pois quero mostrar-lhe uma coisa.

  é colocado diante  de  um espelho, onde vê  todo  o seu  corpo.  

Que susto!  Enxergou apenas  seus dentes  e olhos .

O pai, então, lhe diz ternamente:

“Filho,você viu que a camisa quase não ficou suja, mas olhe só para  você. O mal que desejamos aos outros é como o que  lhe  aconteceu.”

“Por mais que possamos  atrapalhar a vida de alguém  com nossos pensamentos, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós   mesmos.”

“Cuidado com seus   pensamentos: eles se transformam  em palavras.
Cuidado com as  palavras: elas se transformam em  ações.”
Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos.
Cuidado com seus hábitos: eles moldam o seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele decidirá o seu destino.” 

Autor: Dom Itamar Viana / Frei Aldo Colombo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DESIGREJADOS, COMO SE EU SOU A IGREJA?

Autor: Marcelo Carvalho Nascimento RESUMO Há um crescente número de desigrejados e buscaremos entender os motivos que levam as pesso...