sábado, 27 de agosto de 2011

Judas e o Evangelho Self-service



Para muitos, o beijo de Judas se tornou na marca da traição. Porém, devemos salientar que o beijo identificou o Traído, e não o traidor.
Depois de dar uma demonstração de humildade aos Seus discípulos, lavando-lhes os pés como um servo, Jesus voltou à mesa, e anunciou-lhes que dentre eles havia um traidor.

Todos ficaram pasmados, e perguntavam-no: - Senhor, quem é? 
E de um a um, perguntaram: - Por acaso sou eu, Senhor?

Como Jesus identificou o traidor?

Segundo Mateus, Jesus disse: "O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá" (Mt.26:23).

Pode parecer para nós um simples gesto, mas para os discípulos, meter a mão no prato do Mestre representava um atrevimento impensável, que só mesmo alguém dotado de personalidade irreverente seria capaz. 
Meter a mão no prato significa servir-se a si mesmo. Tal era o caráter do discípulo traidor, que ele não se dispunha a servir ninguém, a não ser a seu próprio ventre.
Esse gesto aponta profeticamente para o surgimento de um tipo de cristianismo, onde as pessoas são estimuladas a viverem para si mesmas, buscando servir-se, em vez de servir à Deus e aos seus semelhantes. Basta ligar a TV, para nos darmos conta de que o Evangelho mais em voga em nossos dias é o Evangelho Self-service. Sem terem consciência disso, estimuladas pelos falsos mestres, as pessoas estão metendo a mão no prato do Mestre.

É interessante notar que há uma pequena variação no texto de João acerca desse episódio. De acordo com ele, Jesus identifica o traidor como "aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado" (Jo.13:26). Imagino que ao ver Judas metendo a mão no Seu prato, Jesus o interrompe e lhe ´dá um pedaço de pão molhado no vinho de Sua própria taça. Judas não apenas quis se servir, mas sentiu-se à vontade para ser servido pelo próprio Senhor.

Pior do que servir-se a si mesmo, é servir-se do próprio Deus. É como achar que Deus existe em função de nossos caprichos e necessidades.

Ora, mesmo impactados por terem presenciado Seu Mestre servindo-os como um escravo, ninguém em sua sã consciência esperaria ser servido por Ele à Mesa. A lição que eles tiveram era que tinham que servir uns aos outros, e não esperar serem servidos.

Para avaliarmos o tipo de Evangelho que tem sido pregado em nossos dias, basta verificarmos o tipo de pessoas que ele tem produzido.

O genuíno Evangelho produz filhos cujo prazer é servir a Deus, servindo aos seus semelhantes.


O desevangelho, ou anti-evangelho (que é o Evangelho Segundo Judas) produz pessoas arrogantes, cheias de si, " cujo deus é o ventre".



2 comentários:

  1. Por ter gostado de seu post meu grande amigo reproduzirei parte dele em comentário que farei no dihitt, além de divulgar nas redes sociais e ter favoritado uma vez vez que constatei aqui uma grande reflexão sobre o que esta acontecendo em meio ao Povo de Deus e também já adicionei seu banner em um de meus blog onde fiz um post com a dica de uma caixinha para adicionar em blogs e sites, valeu!

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  2. Realmente reflete, muita coisa no meio do povo de Deus, fica com Deus e obrigado por ter visitado meu blog.

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