quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Justiça.

Introdução

A justiça é a qualidade ideal da alma na esfera do sentimento, embora inclua elementos que pertençam às esferas do conhecimento e da vontade. Tem sua raiz no estado reto de sentir em relação a Deus, ao próximo e ao “eu” e mesmo às criaturas mais inferiores. Assim, a justiça incorpora os deveres para com Deus – piedade; para com o próximo – retidão e amor fraterno; e para com o “eu” – dignidade. A justiça que se manifesta em atos deve ter sua correspondência interna, senão é hipócrita. Justiça é dar o seu a seu dono, quer em palavras, quer em atos. E esta qualidade interna da alma leva o homem justo a dar “ a quem tributo, tributo; a quem temor, temor; a quem honra, honra”. Ou como disse Jesus “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Seja justo. A palavra grega para justiça é “dikaiosúnen” que traduzimos para retidão, que em sua significação cristã vai um pouco além da palavra justiça, porque inclui tanto os deveres para com Deus como os deveres para com os homens. Enfim, justiça é o que todos nós desejamos. Uma das piores coisas da vida é ser injustiçado. Nesta hora teremos a oportunidade de ver o que a Bíblia ensina sobre a justiça.
I- Elementos da verdadeira justiça

Para com Deus. O sentimento justo em relação a Deus se manifesta na piedade, com sua várias formas. Culto reverente; obediência, confiança – que são formas de justiça ou retidão no mais vasto significado desta palavra. Para com o próximo. O sentimento justo em relação ao próximo manifesta-se em uma apreciação simpática e delicada de sua posição, dos seus sentimentos e prerrogativas. Manifesta-se em um sentimento de integridade e no amor fraterno. 1-Este sentimento para com o próximo condena: a)- Desonestidade financeira. Porque a essência das justas transações monetárias é dar e receber em troca, por dinheiro, aquilo que justamente é equivalente em valor ou utilidade. Daí o jogador ser injusto, porque ele propõe como um fim para si, tomar dinheiro dos seus companheiros, sem lhe dar em troca alguma coisa que é de valor para eles. Herbert Spencer diz “É um alvo essencialmente anti-social, que asfixia as simpatias, cultiva um egoísmo grosseiro e produz deterioração geral do caráter e da conduta”. O caloteiro é injusto; o ladrão; etc. b)- A mentira, que é outra forma de injustiça contra o próximo e contra o próprio mentiroso. O mentiroso é filho do diabo, porque ele é mentiroso e pai da mentira. A mentira degrada o Eu e faz mal ao povo. No alcorão há três mentiras permissíveis: para a esposa, para a guerra e para arranjar casamento. Isso é um atestado de óbito moral contra os que acreditam no alcorão. c)- A calúnia é outra forma de injustiça. Isso demonstra falta de amor para com o próximo. d)- A maledicência ou mau juízo do próximo é outra forma de injustiça. Quantas vezes certos juízos mal formados, precipitados, certos sentimentos mesquinhos destroem a vida de uma pessoa…. 2-Este sentimento justo para com o próximo exige: O reconhecimento dos direitos e prerrogativas que o nosso próximo tem sobre nós. “Nossa liberdade vai até onde começa o direito do outro”. Não há nada que revolte mais, que doa mais, e que abale tanto uma pessoa sã, do que a injustiça. Palavras injustas, juízos injustos, atitudes injustas, resoluções injustas, tudo isso é como um golpe numa vida maltratada, é um verdadeiro traumatismo que mata moralmente. Pecar contra a reta justiça é tendência humana. Mesmo os crentes que sabem vigiar contra as tentações, estão a cada momento, infelizmente, quebrando a lei santa da retidão e da justiça. Disse Jorge Lira: “As características da injustiça, que é a inversão do senso da verdade e o assassínio premeditado da justiça, são essencialmente más. Chamam-se juízos temerários, como irreflexão nos conceitos e ações referentes a outrem. O juízo temerário é filho da pressa e irmão do ódio. A irreflexão é nascida do egocentrismo, ou culto do “eu”, das opiniões e gostos pessoais”. Está em jogo esta ou aquela atitude de alguém? Em regra, a primeira explosão dos que a contemplam é má. Toma-se logo o lado escuro das coisas. A tendência é condenar logo, embora não se deva nunca atirar a primeira pedra sem antes tomar conhecimento de todas as circunstancias envolventes da situação. Uma pessoa tem sido digna e respeitável durante anos. Todavia, errou ou suspeita-se disso. Pois bem, o passado de tantos anos não vem ao caso, o bem praticado é esquecido e a primeira coisa que se costuma fazer é meter o tal no fogo da maledicência sem amor. A injustiça é comum, porque é filha da pressa. Nasce do orgulho humano. Visa aniquilar e não construir, perder e não salvar. Muitas tragédias tem acontecido nos lares, nas Igrejas, nas sociedades e no mundo, somente por atitudes e atos injustos, e cruéis, e malignamente tomado nas trevas. A justiça, ao revés, é benigna, é elegante no porte, é invulnerável na ação reta; é imparcial nos julgamentos, é serena no conceito refletido. Fujamos dessa tendência pecaminosa de andar sempre com pressa, de julgar precipitadamente, de corrigir com violência, de esquecer virtudes, de generalizar tudo, de magoar sem pena, etc. Que conforto a justiça! E que tragédia a injustiça! Justiça é tudo; justiça são as virtudes todas; justiça é amor, é sociabilidade, é respeito às leis, é lealdade, é honra, – é tudo, enfim. 3- A justiça para com o “EU”. É o reto sentimento em relação ao nosso próprio “EU” e manifesta-se na humildade que combate o orgulho e a arrogância, e que é um dos mais belos aspectos da justiça.

II- Maneiras de obter e cultivar esta virtude

É ter um coração puro como aquele que o salmista pedia a Deus “Cria em mim, Oh Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” Sal. 51;10. E Jesus exortou seus discípulos a obter e que Paulo tinha em vista quando se decidiu “A guardar uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens”. Sem dúvida, a sabedoria e a coragem são virtudes necessárias para construir um justo. Porém, se não houver como fundamento das ações de um homem um bom coração, não teremos um justo. A justiça, encarada como qualidade interna da alma reta, é a virtude pela qual a pessoa sente e põe em prática o bem, de acordo com o mais alto fim da vida.

Conclusão

Os justos serão preservados para sempre: Salmos 37:27 – 31 “Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada permanente. Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos. Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada. Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre. A boca do justo profere sabedoria, a sua língua fala do que é reto. A lei do seu Deus está em seu coração; não resvalarão os seus passos”. Sejamos justos. “Fazei aos outros o que quereis que os outros vos façam”.

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