domingo, 10 de abril de 2011

A Mensagem à Igreja em Éfeso Aproximação ao Apocalipse.


A MENSAGEM À IGREJA EM ÉFESO

"Escreve ao anjo da igreja em Éfeso: O que tem as sete estrelas em sua destra, o que anda no meio dos sete candeeiros de ouro, diz isto". Apocalipse 2:1.

NO MEIO DOS SETE CANDEEIROS

Irmãos, vamos à palavra do Senhor, ao Livro do Apocalipse. Vamos iniciar o capítulo 2 com a mensagem à igreja em Éfeso. Esta é a segunda carta que é dirigida aos Efésios; a primeira pelo apóstolo Paulo e esta segunda do Senhor Jesus, por mão do apóstolo João. Vamos ler inicialmente toda a carta aos Efésios, à igreja em Éfeso de Apocalipse capítulo 2, desde os versículos 1 ao 7; e depois, então, mediante o Senhor, voltaremos sobre nossos passos; mas para ter a visão completa, leiamos toda a carta:"Escreve ao anjo da igreja em Éfeso: O que tem as sete estrelas em sua destra, o que anda no meio dos sete candeeiros de ouro, diz isto: Eu conheço tuas obras, e teu árduo trabalho e paciência; e que não podes suportar aos maus, e provaste aos que se dizem ser apóstolos, e não o são, e os achaste mentirosos; e sofreste, e tiveste paciência, e trabalhaste arduamente por amor de meu nome, e não desmaiaste. Mas tenho contra ti, que deixaste teu primeiro amor. Recorda, por tanto, de onde caíste e arrepende-te, e faz as primeiras obras; pois se não, virei cedo a ti, e tirarei teu candeeiro de seu lugar, se não te tiveres arrependido. Mas tens isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. O que tem ouvido, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, darei a comer da árvore da vida, o qual está no meio do paraíso de Deus". 

Que palavra formosa. Que palavra bela! Não é verdade, irmãos? É muito belo que o Senhor fale e que o Senhor fale com amor e que o Senhor fale porque Ele quer ter-nos próximo Dele; parecesse que fala com ciúme, com santo ciúme; Ele nos quer cerca Dele, Ele não é indiferente a nossa distancia, Ele sente nossa distância e quer se aproximar de nós; por isso Ele nos fala, Ele nos fala com muita retidão, Ele quer que falemos uns com os outros. Ele diz: se teu irmão pecar contra ti, vá tu e ele só, repreende a teu irmão, e se te ouvir ganhaste a teu irmão; se não te ouvir, toma duas ou três testemunhas, etc. Fixem-se em que o Senhor quer que falemos, Ele não quer que as coisas se deixem estar, que os males continuem que sejamos indiferentes aos males, não; Ele é o Sumo Sacerdote que se apresenta no meio dos candeeiros, porque um dos trabalhos dos sacerdotes era manter acesos esses candeeiros adiante de Deus, e aquilo era uma figura do trabalho de nosso Senhor Jesus Cristo, de seu trabalho sacerdotal; e Ele se apresenta aqui como o que está em meio. A primeira apresentação dele, tanto na visão gloriosa, quando se apresentou de uma forma geral podemos ver muitos detalhes, o primeiro que aparece dele é: e voltado vi sete candeeiros de ouro e no meio dos sete candeeiros, um semelhante ao Filho do Homem, vestido de uma roupa que chegava até os pés e cingido pelo peito com um cinto de ouro. A primeira coisa que se revelou na visão do Cristo glorificado foi Sua posição de sacerdote no meio das igrejas; e a primeira credencial que Ele apresenta quando vai falar à igreja em Éfeso e às igrejas pelo Espírito é isso: o que tem as sete estrelas em sua destra, o que anda no meio dos sete candeeiros de ouro; ou seja, como quem diz: eu me movo entre as igrejas, eu conheço tudo o que se passa nas igrejas, eu tenho a responsabilidade de que cada uma das igrejas seja um candeeiro limpo, que esteja alumiando diante de meu Pai, diante de Deus; então por isso o Senhor fala e não só fala, porque às vezes o que se fala se esquece, mas Ele diz: escreve; porque o Senhor não só quer falar a eles, senão que quer falar a todos nós; ao falar à igreja em Éfeso, quer falar a todas as igrejas de todos os lugares e de todas as épocas; por isso a ordem do céu: escreve. Depois diz: "Escreve ao anjo da igreja em Éfeso". Quando escreve ao anjo, claro que escreve a toda a igreja, mas aqui está representando o espírito da igreja, a autoridade espiritual da igreja; então por isso primeiro se dirige ao anjo da igreja, mas obviamente, pelo que diz mais abaixo, diz: "ouça o que o Espírito diz às igrejas", ainda que ao princípio diga: "Escreve ao anjo da igreja", fala às igrejas; então a primeira credencial com que Ele se apresenta especificamente neste caso de Éfeso, que é a primeira igreja, Ele se apresenta como o que tem as sete estrelas em sua destra, o que anda no meio dos sete candeeiros de ouro, diz isto. Éfeso é a primeira igreja à qual o Senhor se apresenta.

A IMPORTÂNCIA DE ÉFESO

Na história da Igreja, o Espírito Santo começou a mover-se em Jerusalém, como estava prometido; de Jerusalém sairá a palavra de Jeová; e o Espírito Santo desceu inicialmente em Jerusalém. Depois vemos que passado um tempo, quando o Espírito Santo começou a trabalhar com os gentios, levantou o Senhor outro centro da obra que foi em Antioquia; vemos que Antioquia é o início do trabalho para com os gentios de uma maneira mais profunda; claro que já em Cesaréia de Felipe, na casa de Cornélio, o Espírito Santo tinha iniciado com Pedro, a quem deu as chaves para abrir o reino; então Ele iniciou com os gentios em casa de Cornélio, mas é desde Antioquia, onde o ministério de Paulo, que é o apóstolo específico para os gentios, onde começa a se desenvolver. Depois aparece a fundação da igreja de Éfeso; e com o tempo, passando o tempo, Éfeso chegou a ser o centro principal do cristianismo, avançada já a idade primitiva e apostólica da Igreja. Em Éfeso Paulo esteve três anos; depois Paulo em suas viagens deixou em Éfeso a Áquila e a Priscila; depois deixou a Timóteo; depois o apóstolo João foi enviado pelo Senhor Jesus a Éfeso e ele viveu em Éfeso; como o Senhor Jesus tinha encomendado Maria, a João, então João levou Maria a Éfeso. Até hoje há uma casa onde se diz que João viveu com Maria em Éfeso. Felipe, o que tinha quatro filhas que profetizavam, também viveu em Éfeso, e as tumbas deles estão em Éfeso. Éfeso chegou a ser como um centro da obra, nos finais do século I; Éfeso foi como dizer, a primeira das igrejas a ser mencionada, a que representa a igreja em seus primeiros tempos, em suas primeiras etapas; a igreja em Éfeso representa a igreja apostólica e a igreja que continuou depois dos apóstolos, imediatamente; isto é, a igreja do primeiro século principalmente ali está representada em Éfeso..Éfeso era uma cidade já bastante antiga, e é interessante conhecer um pouco a história da cidade, porque quando se funda uma cidade se abrem portas a certos espíritos, e quando se fundam igrejas, a igreja se funda num contexto específico para introduzir o reino de Deus nesse contexto específico onde outros espíritos tinham reinado, reinado que possuíam desde a fundação da cidade; e depois vem o Senhor a inaugurar Sua igreja, Seu reino, e a enfrentar os espíritos que há. Por isso não é importante conhecer um pouquinho da história da cidade de Éfeso.



REVISÃO HISTÓRICA DE ÉFESO

A cidade de Éfeso foi fundada mais ou menos uns 1200 anos antes de Cristo. Trata-se de um homem que se chamava Andrópulos, filho de um rei de Atenas que se chamava Probo; então este Andrópulos filho deste rei de Atenas fundou uma colônia de Jônios na cidade de Éfeso e aí começou a adoração de uma deusa chamada Artemisa, em grego, e que depois os romanos a chamaram Diana; o nome dela em grego era Artemisa e ela era o centro da vida religiosa dessa cidade; e vocês recordam o que aconteceu quando Paulo chegou a Éfeso, como se levantaram os ourives de Artemisa dirigidos por Demetrio, o líder dos artífices, porque foi uma guerra não só religiosa, senão também econômica, porque a religião derivava na economia, o negócio; sempre ao redor dos santuários estão os comércios relacionados com a religião; então isso foi assim durante muito tempo em Éfeso. Mais ou menos no século VI antes de Cristo, a cidade foi tomada pelos persas, depois foi tomada pelos árabes; a cidade foi tomada também por um rei de Pérgamo que depois a presenteou, não só a cidade de Éfeso, mas também a província de Lídia onde estava Éfeso, ele a presenteou ao imperador romano. De modo, pois, que passou por muitas situações essa cidade de Éfeso e chegou a ser precisamente por tudo isso uma cidade que era considerada a cidade principal do Ásia Menor; ainda que o proconsul, digamos, as vezes a parte do governo estava em Pérgamo, realmente a cidade de Éfeso foi a cidade forte; era um porto, foi uma cidade comercial, foi uma cidade religiosa; toda Ásia dependia da religião dessa cidade, que era o centro religioso; de maneira que vocês percebam que o que fez o Senhor nessa cidade foi muito importante.



A IGREJA QUE ESTA EM SUA CASA


Paulo começou por aí; as igrejas têm a ordem dos ponteiros do relógio, isto é, começa por Éfeso; depois sobe a Esmirna, sobe a Pérgamo e vai passando para Tiatira e vai baixando depois para Sardes e segue baixando a Filadélfia e chega abaixo a Laodicéia; e para ir de Laodicéia a Éfeso se fecha outra vez o círculo; ou seja, era um círculo praticamente geográfico, claro, não exato, mas mais ou menos um círculo seguindo os ponteiros do relógio; tinham mais ou menos essa ordem; as igrejas não são mencionadas em desordem, senão numa ordem específica, fazendo um círculo começando por Éfeso. Vocês se lembram da fundação, como Paulo chegou e encontrou ali uns discípulos de João o Batista que criam, tinham sido batizados com o batismo de João; mas então Paulo lhes completa o evangelho e eles receberam ao Senhor e foram batizados no nome do Senhor; Paulo pôs sobre eles suas mãos e receberam o Espírito Santo e eram ao todo como uns doze homens e Paulo ficou três anos nessa cidade, e esta cidade foi a escola da obra de Paulo, que teve influência em toda a região do Ásia Menor, a partir de Éfeso. Mas como lhes disse, ficou ali Áquila e Priscila; vocês recordam isso numa carta. Essa carta é 1ª aos Coríntios; ali podemos ver uns contextos necessários para o final da carta. A primeira carta aos Coríntios foi escrita precisamente desde Éfeso; então diz Paulo no capítulo 16, verso 19:"As igrejas de Ásia vos saúdam. Áquila e Priscila, com a igreja que está em sua casa"; ou seja, na casa de Áquila e Priscila foi onde começou a reunir-se a igreja em Éfeso; "Áquila e Priscila"; fixem-se em que ele escreve desde Éfeso, mas escreve a nome das igrejas de Ásia; aí se vê a relação que tinha toda a região entre si e o lugar preponderante de Éfeso. As igrejas de Ásia, estas são de Ásia Menor, o que hoje é Turquia: "As igrejas de Ásia vos saúdam. Áquila e Priscila, com a igreja que está em sua casa, saúdam-vos muito no Senhor". Eu gostaria que fôssemos um pouquinho a Atos dos Apóstolos. A fundação da igreja está no capítulo 19 de Atos; Apolo chegou a Éfeso depois da chegada de Paulo. Vamos a Atos 18:18: "Mas Paulo, tendo-se detido ainda muitos dias ali, depois se despediu dos irmãos e navegou a Síria, e com ele Priscila e Áquila, tendo-se raspado a cabeça em Cencréia, porque tinha feito voto. E chegou a Éfeso, (aí está a chegada de Paulo a Éfeso) e os deixou ali; (a Priscila e a Áquila; na casa deles foi onde começou a igreja em Éfeso) e entrando na sinagoga, discutia com os judeus, os quais rogavam que ficasse com eles por mais tempo; mas não cedeu, senão que se despediu deles, dizendo: É necessário que em todo caso eu guarde em Jerusalém a festa que vem; mas outra vez voltarei a vocês, se Deus quer". E Deus quis, porque depois voltou e foi quando ficou três anos; ou seja, que Paulo chegou a Éfeso, começou a pregar o evangelho em Éfeso; ao chegar deixou a Áquila e a Priscila e ele viajou, e enquanto ele viajou chegou Apolo a Éfeso. Isso está em Atos 18:24 a 27: "Chegou então a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente, poderoso nas Escrituras. Este tinha sido instruído no caminho do Senhor; e sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente concernente ao Senhor, ainda que somente conhecia o batismo de João. E começou a falar com intrepidez na sinagoga; mas quando o ouviram, Priscila e Áquila, tomaram-no a parte e lhe expuseram mais exatamente o caminho de Deus. E querendo ele passar a Acaia..."; aí foi quando Apolo passou a Acaia e chegou a Corinto; é o que diz esse verso. Agora o 19:1 a 9 diz: "Aconteceu que enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, depois de percorrer as regiões superiores, (ele tinha querido ir a Jerusalém, mas o Senhor lhe mudou a rota e o mandou para as regiões superiores, como o diz o versículo 22 do mesmo capítulo 18) veio a Éfeso, e achando a certos discípulos, lhes disse: Recebestes o Espírito Santo quando crestes? E eles lhe disseram: Nem sequer ouvimos se há Espírito Santo. Então disse: Em que, pois, fostes batizados? Eles disseram: No batismo de João. Disse Paulo: João batizou com batismo de arrependimento, dizendo ao povo que acreditassem Naquele que viria depois Dele, isto é, em Jesus, o Cristo. Quando ouviram isto, foram batizados no nome do Senhor Jesus. E tendo-lhes imposto Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizavam. Eram ao todo uns doze homens. E entrando Paulo na sinagoga, falou com ousadia por espaço de três meses, discutindo e persuadindo a respeito do reino de Deus. Mas endurecendo-se alguns...". Aí vem aquele assunto de Demetrio e Artemisa, o chefe dos artífices do templo da deusa Artemisa; então teve aquela discussão, teve todos aqueles problemas, teve aquele alvoroço na cidade de Éfeso; então, tudo isso o podemos ver para entender como foi a história da cidade, por que coisas passou a cidade. Primeiro o vimos até a época da fundação da igreja; depois desta carta do Apocalipse temos que ver o que foi a história posterior da cidade.


PROFECIA DE PAULO AO PRESBITÉRIO DE ÉFESO

Agora vimos quais foram as portas que se abriram, qual era o espírito de religiosidade de Artemisa que prevalecia na cidade; o curioso foi é que foi nesta cidade que foi viver Maria com João, e ali morreu Maria e ali está a casa de Maria em Éfeso, e em Éfeso foi onde se fez o concílio que chamou a Maria "Teotocos" ou "Mãe de Deus"; é uma coisa muito curiosa ver todas estas coisas. A religião que tinha era uma religião de Artemisa; negócios, portos; e depois chegou Paulo e encontrou esta situação que acabamos de ver e aí começou a igreja. Depois o Novo Testamento nos diz que Paulo ficou três anos na igreja; ele fez visitas esporádicas e esteve nessa igreja. Depois Paulo, quando ia para Jerusalém, chamou aos anciãos da igreja em Éfeso; já tinha anciãos em Éfeso; vocês podem ver isso também em Atos dos Apóstolos; aí no capítulo 20 verso 17, diz: "Enviando, pois, desde Mileto a Éfeso, fez chamar aos anciãos da igreja". Vêem? Já a igreja em Éfeso tinha anciãos, e é nesta ocasião que Paulo se despede e lhes dá umas instruções, e nestas instruções Paulo está praticamente profetizando o que aconteceria em Éfeso, que como 20 anos depois, o Senhor recrimina à igreja em Éfeso alguma coisa que começou a suceder. Então por isso é bom conhecer esta história para entender melhor o capítulo 20; porque temos que saber como começou a cidade, como começou a igreja, como se desenvolveu a igreja, o que aconteceu na igreja e por que então essa carta diz o que diz; não podemos entender bem a carta sem compreender todo o processo histórico. Por isso estamos aqui vendo a última mensagem de Paulo aos Elíseos; Paulo chamou aos anciãos de Éfeso, chamou-os a Mileto e lhes disse que essa era a última vez que iam ver seu rosto; o que fundou a igreja, Paulo, está falando aos responsáveis da igreja da seguinte maneira; não vou ler tudo, mas vou ler desde o versículo 26. Atos 20:26 e 27: "Por tanto, eu vos protesto no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque não vos deixei de anunciar todo o conselho de Deus". Esta palavra é muito importante tê-la presente para entender depois quando o Senhor diz: Recorda, de onde caíste; há que ver como foi a igreja em sua origem, que recebeu a igreja e como caiu a igreja e por que caiu. Então aqui em Atos 20: 27 diz: "porque não vos deixei de anunciar todo o conselho de Deus"; ou seja, Paulo está dizendo que praticamente ele cumpriu o trabalho que tinha com eles; era a última vez que viam seu rosto, ele já cumpriu sua palavra, ele sabia que o Espírito Santo lhe disse: até aqui vais trabalhar em Éfeso. Agora, fixem-se no que diz depois no versículo 28: "Por tanto, olhai por vós, e por todo o rebanho em que o Espírito Santo vos pôs por bispos, (aqui vemos como Paulo chama de bispos aos anciãos, não fazendo diferença) para apascentar a igreja de Deus, (diz o original grego) a qual ele ganhou por seu próprio sangue". O sangue de Deus; claro, então o tradutor preferiu dizer Senhor que Deus, mas o grego diz Deus. 29, "Porque eu sei (aqui está o que o Espírito Santo tinha posto com clareza no coração de Paulo) que depois de minha partida entrarão no meio de vocês lobos vorazes, (aí está o assunto dos nicolaítas) que não perdoarão ao rebanho. “30, E dentre vocês mesmos se levantarão homens que falam coisas perversas para arrastar após si, aos discípulos”. Que coisa terrível são estas que sairiam de entre os líderes! "31, Por tanto, velai, lembrando-vos que por três anos, de noite e de dia não cessei de admoestar com lágrimas a cada um. 32, E agora, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra de Sua graça, a qual é poderosa para vos edificar e vos dar herança com todos os santificados. 33, Nem prata nem ouro nem vestido de ninguém cobicei. 34, Antes vocês sabeis que para o que me foi necessário a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. 35, Em tudo vos ensinei que, trabalhando, assim, deve-se ajudar aos necessitados, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mas bem-aventurado é dar, do que receber". este é um ditado de Jesus que só se recorda por uma citação de Paulo; não aparece nos evangelhos: "36, Após dizer estas coisas, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles. 37, Então houve grande pranto por parte de todos; e lançando-se ao pescoço de Paulo, beijavam-lhe, 38, entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera, que não veriam seu rosto. E o acompanharam até ao barco." Então aqui nós vemos como Paulo trabalhou por três anos, todos os dias, ensinando, admoestando, fazendo milagres, etc., e isto foi o que ficou do que fez Paulo.



A MATURIDADE ESPIRITUAL EM ÉFESO


Realmente o que fez Paulo começou a prevalecer em Éfeso. Em Éfeso estavam os pagãos, estavam também os judeus e agora começava o cristianismo; realmente a igreja em Éfeso começa a crescer; chegou a ser uma grande igreja. Se vocês se dão conta, a carta aos Efésios que escreve Paulo, foi considerada uma das coisas mais profundas que se escreveram em toda a história da humanidade; nesta epístola se fala do propósito eterno de Deus, fala-se da predestinação, fala-se da profunda obra de Cristo, fala-se do mistério do corpo de Cristo; ou seja, esta é uma das cartas mais profundas; isso quer dizer que a igreja em Éfeso tinha atingido realmente um grande nível, algo muito alto. Eu penso que quando o Senhor diz a outras igrejas: “Lembrar-te do que recebeste, ou recorda de onde caíste, a Sardes diz o que recebeu que era também desse mesmo círculo; e a Éfeso diz: recorda de onde caíste; ao ler a carta de Paulo aos Efésios, damo-nos conta de quão profunda revelação tinha recebido essa igreja e como essa igreja tinha vivido por muito tempo uma vida elevada. O Senhor mesmo o reconhece, e diz: eu conheço tuas obras, teu árduo trabalho e paciência, e que não podes suportar aos maus; fixa-te que Paulo tinha dito exatamente isso, e provaste aos que se dizem ser apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos. Foi uma igreja madura, foi uma igreja que recebeu uma revelação profunda, foi uma igreja que não era ingênua a todos os levantes que Satanás queria trazer-lhes. Paulo mesmo pelo Espírito Santo lhes tinha dito que viriam lobos vorazes e por isso a igreja não suportava os maus, provava aos que se diziam ser apóstolos e os achava mentirosos. Quando alguém começa a ver tudo isto que diz aqui nesta carta: sofreste e tiveste paciência e trabalhaste arduamente por amor de Meu nome e não desmaiastes, esta pessoa se dá conta de que realmente a igreja em Éfeso foi uma igreja importante, uma igreja forte; foi realmente o centro da obra que serviu para fortalecer a toda Ásia.


QUANDO SE DEIXA O PRIMEIRO AMOR

No entanto, aqui diz: "Mas tenho contra ti, que deixaste teu primeiro amor". Isto é a única coisa que o Senhor reprova à igreja em Éfeso; trabalha, mas veja que se pode trabalhar sem o primeiro amor, pode-se sofrer, pode-se trabalhar e, no entanto, sem o primeiro amor; aí é onde alguém vê como o que interessa ao Senhor não é o que fazemos, senão o que somos e como somos com Ele e como somos com outros por causa Dele; não é tanto o ativismo, ainda que o Senhor reconhece todo esse trabalho e o assunto do trabalho se fala duas vezes, não só uma vez; fixem-se em que no verso 2 diz: "conheço tuas obras, e teu árduo trabalho e paciência"; no versículo 3, diz: "sofreste, e tiveste paciência, e trabalhaste arduamente"; duas vezes o Senhor reconhece um trabalho árduo por amor de Seu nome; no entanto, vejam que o Senhor procura algo mais, o Senhor procura um trabalho com o primeiro amor.Irmãos, para quem fala isto o Senhor? Para nós; não é suficiente fazer algo inclusive por amor, se não é o primeiro amor. O Senhor é um noivo que quer todo o amor de Sua noiva; temos que entender isto; e as vezes é possível fazer muitas coisas, trabalhar arduamente, sofrer, ter paciência, provar, resistir aos maus, não suportar as coisas más, provar aos falsos apóstolos e achá-los mentirosos, e o Senhor diz que é algo positivo, o Senhor diz que é positivo aborrecer o que Ele aborrece, mas há uma coisinha que o Senhor quer, que Ele reclama; ou seja que para Ele é de muito valor, é o primeiro amor; isso é a única coisa que Ele reprova em Éfeso; é possível tudo isso tendo perdido o primeiro amor. O Senhor diz à igreja que se arrependa; ou seja, que se esse ponto central, porque o Senhor o considera central, que é o primeiro amor, se esse ponto se perde, por esse buraco vai entrar a destruição, até que o candeeiro seja tirado. Se não te arrependes, virei logo, porque isso sucede logo, virei cedo a ti e tirarei teu candeeiro de seu lugar, se não te arrependeres. O cedo quer dizer que a coisa é urgente, que as coisas mais preciosas podem se perder de um dia para outro caso se perca o primeiro amor.



PROBLEMAS DE DOUTRINAS


Eu gostaria que fossemos à carta que Paulo escreveu a Timóteo, onde se explica por onde começou o buraquinho por onde se começou a degradar o primeiro amor. Vimos como foi a fundação da igreja, vimos a profundidade da carta dirigida a eles, o depósito encomendado a eles, vimos as advertências de Paulo quando se foi, e agora vamos às epístolas de Paulo a Timóteo; ele tem duas epístolas e eu quero ler na primeira Epístola, 1:3; aqui já não estava Paulo; agora quem estava à frente da igreja em Éfeso era Timóteo; Paulo já tinha estado, depois tinha deixado a Áquila e a Priscila, depois ele voltou, depois ficou um tempo ali; a igreja se reunia na casa deles; depois ficou Timóteo e isso o diz aqui no capítulo 1: "3, Como te roguei que ficasses em Éfeso, quando fui a Macedônia, para que mandasses a alguns que não ensinem diferente doutrina, 4, nem prestem atendimento a fábulas e genealogias intermináveis, que antes promovem disputas que o serviço de Deus na fé, assim te encarrego agora. 5, Pois o propósito deste mandamento é o amor nascido de coração limpo, e de boa consciência, e de fé não fingida, 6, das quais coisas desviando-se alguns, apartaram-se e vão em loquacidade frívola, 7, querendo ser doutores da lei, sem entender nem o que falam nem o que afirmam". Aqui nos damos conta do que foi o que começou a suceder em Éfeso, por onde se começou a degradar a condição da igreja em Éfeso. Começou por doutrinas; não era que tinham deixado a doutrina, foi que se centraram em doutrinas, em discussões a respeito da lei, em genealogias, em fábulas; o diabo foi muito sutil; eles não começaram com pecados grosseiros; aqui não fala de pecados grosseiros. Que foi o que Paulo tinha dito? Levantar-se-ão lobos vorazes que não perdoarão o rebanho, e levarão após si aos discípulos; e começaram com doutrinas, com coisas, isto é, com a mente doentia com um montão de assuntos; e assim a igreja deixou de ser espiritual e foi arrastada a um mundo de discussões, inclusive de coisas legalistas, de teologia; tudo isto era teologia, mas teologia sem o Espírito, teologia sem o amor, teologia sem a sinceridade; tinha trabalho seguramente, árduo trabalho, mas em que ambiente? Já não era uma questão de Espírito, já não era uma questão de amor; a coisa se voltou para discussões intermináveis. Olhem isto, aqui explica a alguém onde foi que começou o mau; revisemos de novo, prestem atenção: "Te roguei que ficasses em Éfeso, quando fui a Macedônia, para que mandasses a alguns...". Ah! Timóteo tinha que tomar uma atitude firme, "mandar a alguns”; notem que começou com alguns que começaram a ensinar diferente do que Paulo. Paulo ensinou no Espírito a economia de Deus, o conselho de Deus; eles começaram a tratar outros assuntos; desviaram-se do assunto central, desviaram-se das prioridades espirituais, e continuaram seguindo, tratando de coisas de Deus, não falavam coisas do mundo, não, todos eram assuntos de Deus, mas se voltaram discussões teológicas. Então diz assim: "que não ensinem diferente doutrina, nem prestem atendimento..."; então veja em que o diabo nos arrasta; sem dar-nos conta, há coisas que nos tiram da espiritualidade, de andar no Espírito, para estar em coisas, sim de Deus, claro, fala-se de Deus; a lei é de Deus, todas estas genealogias, claro, são as de Gêneses, são as de Crônicas, são as de Neemias, claro, sim; podemos dizer as de Lucas, as de Mateus, mas se entrou num espírito meramente mental, meramente almático, não espiritual; e diz: "nem prestem atendimento a fábulas e genealogias intermináveis, que antes promovem discussões do que (notem) economia (serviço de Deus – edificação, economia)". Aqui a palavra "edificação" é a mesma palavra "economia", que se traduz dispensacão, administração, mordomia, comissão, em outras palavras; ou seja que se apartaram da economia de Deus, apartaram-se do assunto central.


O CENTRO DA ECONOMIA DE DEUS


Qual é o assunto central de Deus? A formação de Seu Filho em nós, a expressão de Seu Filho no corpo; tudo o que não seja Seu Filho em nós, ainda que seja uma questão muito erudita, ainda que seja uma questão de discussões, se se perdeu o Espírito, se se apagou o estopim, já não há luz, há discussões, as disputas afogando e sufocando a economia divina; a economia divina é o lugar que damos a Cristo para que Ele se forme em nós de forma corporativa e se manifeste em nós; mas Satanás foi astuto e semeou uma sementinha; como tinha dito o apóstolo Paulo, lobos vorazes que não perdoarão ao rebanho e levarão após si, não ao Senhor, depois de si aos discípulos; a pessoas sendo levada para uma doutrina, para outra doutrina, para diferentes doutrinas, todo mundo brigando por doutrinas, porque isto se diz o Espírito às igrejas, degradou-se, quando nos pomos somente a discutir doutrinas, há definhamento no tocante à vida. Claro que o Senhor quer, dizer pelo Espírito Santo também, que guardemos a doutrina; claro que o Senhor também quer que nós sejamos cuidadosos com Sua Palavra; mas vocês estão entendendo a diferença entre o que é espiritual, algo que é de todo coração, por algo que se volta somente em palavreado, uma interminável discussão de coisas, e o ambiente é logo perceptível. Quando estamos procurando ao Senhor, em vez de estar em adoração, em Espírito, sob a unção, estamos discutindo uns com os outros; aí começa a degradação da igreja, aqui se explica a degradação. Agora, por que Paulo diz isto? Aí volta e o diz; aí acabamos de ver. "Pois o propósito deste mandamento...". Qual mandamento? A encomenda que faz a Timóteo de mandar que não se distraiam nessas coisas. Aí Paulo diz: Mando-te que mandes, encarrego-te que mandes, que mandes que não ensinem outras coisas, que não se deixem distrair por fábulas, genealogias, discussões que levantam disputas; não se deixem meter nesse espírito, mantenham distância disso; o importante não é isso, o importante é a economia de Deus, a edificação de Cristo em nós. E diz: "o propósito deste mandamento é o amor...", esse é o objetivo; o mesmo Espírito que falou depois por João, desde Jesus, tinha falado já por Paulo; o propósito disto que te mando é o amor; o importante para Deus não é discutir essas coisas, "é o amor nascido de coração limpo". quão facilmente se desliza alguém do amor ao legalismo; quando perdemos o amor somos legalistas, saímos com cláusulas, saímos com leis, saímos com coisas para justificar nossa dureza. Se dão conta irmãos? Aí começa a destruição; o propósito é o amor. O que é que Ele diz? Deixaste o que? Teu primeiro amor; diz: o amor é primeiro e é o que diz Paulo; o propósito é o propósito que tinha Paulo, o propósito que tinha a igreja, o que Paulo tinha dito a Timóteo que também fizesse questão disso, que era o que João escreveu desde Éfeso: Filhinhos, amai-vos os uns aos outros, e falava dos falsos que saíram ensinando de Jesus Cristo coisas esquisitas, diferentes. Dão-se conta? Esse foi o problema que aconteceu em Éfeso; então diz aqui: "O propósito deste mandamento é o amor nascido de coração limpo"; não outros interesses, e diz mais: "e de boa consciência". Quando as pessoas se acostumam a não estar com consciência limpa, começam a perder o amor. Se eu posso ofender, se eu posso pecar contra o Senhor e meus irmãos e não concerto, ou então se acostumo e penso que isso é o normal, aí começa a destruição de tudo, Depois segue a seguinte parte: "e de fé não fingida"; ou seja, que as vezes se pode fingir a fé; há gente que finge crer mas que não está acreditando em espírito, não está com plena consciência e não está amando com coração sincero. Esse foi o buraco por onde se perdeu o primeiro amor; esse foi o problema. Dão-se conta, irmãos? Aí foi; aí temos a epístola aos Efésios tão preciosa e a outra epístola aos Efésios tão séria, e no meio das duas outra epístola a Timóteo em Éfeso; roguei-te que fiques em Éfeso para que faças isto em Éfeso; aqui começou o problema; então por isso é muito importante entender para que sejamos vigilantes nisso, não nos deixemos arrastar meramente a formalismos, a fingimentos, a coisas não reais, senão que como diz o Senhor: arrepende-te; arrepender-se de ter perdido esse primeiro amor, esse amor sincero de coração puro, essa boa consciência, essa fé não fingida; se isso não se mantém, por ali se desfaz o candeeiro.


OS PLANOS SECRETOS E DESTRUIDORES DE SATANÁS

Irmãos, permitam-me que eu lhes conte um sonho que o Senhor me deu uma vez, que ilustra isto: Estava um grupo de irmãos no sonho; estávamos olhando uma casa grande, bonita, grande, que estava vazia ainda e que estava quase terminada; e os irmãos estavam olhando; uns olhavam uma esquina, outros olhavam outra, todos estudando essa casa. Eu entendia que era a casa do Senhor, a igreja, mas a casa não estava finda, tinha partes boas, inclusive era uma casa antiga, mas ainda tinha coisas sem terminar, uma esquininha sem rebocar, alguma janela sem pôr, mas a casa era boa, era antiga, era grande, e os irmãos estavam estudando, olhando a casa, porque era nossa casa; mas num momento o Senhor me fez ver por uma janela para afora da casa, para o inferno; então olhei e via que do inferno subia uma escada como de caracol e Satanás vinha subindo por essa escada desde o inferno a meter-se na casa; então eu vi que ele vinha subindo e subindo; então comecei a dizer aos irmãos: Irmãos, preparem-se, estejam em oração, estejam orando porque Satanás quer infiltrar-se na igreja, quer causar problemas; e os irmãos não me davam atenção; então disse: Senhor, que faço para que os irmãos creiam em mim? E comecei a orar: Senhor, mostra-me qual é o plano secreto que traz Satanás, porque ele vinha subindo desde abaixo, subindo, vinha rápido e trazia um plano secreto e trazia algo como se fora embaixo do ponche; trazia um plano secreto para meter no meio da igreja; e eu orava ao Senhor: Senhor, mostra-me que é, para mostrar aos irmãos, mostra-me o que é plano secreto que traz Satanás; então o Senhor me disse qual era o plano secreto que ele trazia, e me disse: o PLANO SECRETO é, «em vez de kolynos, desconfiança»; essa era o plano secreto. Ele me disse duas vezes: o plano secreto que ele traz é «em vez de kolynos, desconfiança»; então eu entendi. Kolynos representa os dentes limpos, o sorriso amável, a camaradagem, a sinceridade, a comunhão; e a desconfiança representa esse espírito de desconfiança um do outro, de divisão; e me mostrou como uma salsicha, bem como um salsichão cheio de sangue sujo; esse era a desconfiança que o trazia escondido para injetá-lo entre os irmãos; então eu comecei a avisar aos irmãos e de repente entrou Satanás, mas quando entrou já não era o mesmo Satanás que eu via da janela para afora; ao entrar no salão era um irmão muito calmo, que queria fazer justiça no meio da igreja, mas tratando de fazer justiça começou a meter a desconfiança, ou seja, a desconfiança para destruir o ambiente são, livre, de companheirismo, de amizade, de comunhão, e trazer um ambiente difícil, de dissensão, de contenda, de desconfiança, de má vontade, de vingança, de dureza; isso me mostrou o Senhor num sonho. Claro, eu não sabia que trazia, mas o Senhor me disse, essa é seu plano secreto, duas vezes: «Em vez de kolynos, desconfiança»; isso era o que ele vinha trazer, meter um espírito sutilmente; e o fazia através dos mesmos irmãos, e aí me acordei do sonho, mas com um entendimento que espero que nunca se me apague, senão que esteja alerta em isto. Então fixem-se no que diz ali na mensagem a Éfeso: há trabalho, árduo trabalho, não suporta aos maus, e isso não se o diz o Senhor como algo mau, isso se o diz como algo bom; o Senhor o diz como algo positivo. Vêem? Diz: "Conheço tuas obras, e teu árduo trabalho e paciência; e que não podes suportar aos maus"; isso é algo que o Senhor quer na igreja, que ante as coisas más não sejamos indiferentes, senão que tenha santidade do Senhor em Cristo; "e provaste aos que se dizem ser apóstolos"; fixem-se, a igreja tem que provar. Vem alguém e diz: Eu sou apóstolo; ah, você é apóstolo? Então nos engolimos tudo inteirinho; não; Paulo disse aos Gálatas: "Mas se ainda nós, ou um anjo do céu, anunciar-vos outro evangelho diferente do que anunciamos, seja anátema" (Gl. 1:8). De maneira que não pode a igreja receber outro evangelho diferente da revelação de Jesus Cristo que está no Novo Testamento com os apóstolos; então a igreja deve tratar os erros, mas a igreja tem que fazer isto não num espírito legalista, senão num espírito de amor sincero, de limpa consciência e de fé não fingida; se não, perde-se o primeiro amor, fica a casca, fica o hábito, fica a inércia e muitas coisas religiosas se fazem por inércia, fazem por costume e não em Espírito e com amor; aí se destrói tudo. Temos que estar vigiando; o Senhor nos chama ao arrependimento. Ele diz: "3, e sofreste, e tiveste paciência, e trabalhaste arduamente por amor de meu nome, e não desmaiaste"; aí está o perigo: "4, Mas tenho contra ti, que deixaste teu primeiro amor"; aí está.



CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

"5, Recorda, por tanto, de onde caíste, e arrepende-te"; ou seja, recorda o melhor do que viveste comigo e segue-o vivendo. Que é o melhor do que recebeste? Que é o melhor do que viveste em minha presença? Mantém isso, o Senhor quer isso, o Senhor quer uma noiva amorosa, uma noiva próxima a Ele; Ele não quer um casal insensível, seco; Ele quer o verdadeiro amor. "Recorda, por tanto, de onde caíste, e arrepende-te"; este é o primeiro telefonema ao arrependimento à igreja; ou seja que a primeira coisa que a igreja tem que arrepender é de cair do primeiro amor, do amor sincero, da fé não fingida, da boa consciência; não cair daí; e diz: "e faz as primeiras obras"; agora fazes muitas obras mas não as fazes como antes; antes as fazias inspirado por amor; agora quiçá as fazes, há árduo trabalho, mas as fazes por costume, faz porque, bom, chegou a sexta-feira, é o dia da reunião; tem que ir à reunião. Então, irmãos, tudo o que não se faz por verdadeiro amor, temos que vigiar. Irmãos, isto eu não prego a outros, mas eu prego a mim primeiramente. Diz aqui: "pois se não", se não te arrependes e se não fizeres as primeiras obras, o maior nível que tiveste, voltar sempre a Ele; sempre temos que estar voltando lá; eu penso que essa é a primeira prioridade que tem a igreja: voltar-se a esse amor sincero com o Senhor. Então diz: "pois se não, virei cedo". Que coisa terrível! logo; alguém pensa que pode durar muito tempo assim; não, não, não; não muito tempo; arrepende-te logo, é logo, porque "virei logo a ti"; e quando diz "virei", quer dizer que o Senhor visitará nossa indiferença com o Senhor, deixando que o candeeiro seja tirado; "e tirarei teu candeeiro de seu lugar, se não te tiveres arrependido". Para que é o candeeiro? O candeeiro é para alumiar com a luz do Senhor; a luz é do Senhor. Se o Senhor se apaga, que faz o Senhor com uma casca, com uma instituição, mas sem vida? O mesmo que dizia depois a Sardes, isto é, o Senhor não aprova isso. Recordem quando dizia: Vos envergonhareis de Betel, vossa confiança; estáveis confiando em Betel, mas vos apartastes de mim; não digais: Betel, Betel, esta é Betel, esta é a casa de Deus, diz Deus pelo profeta; o assunto é Deus, não Betel; Betel é conseqüência, mas sem o Senhor não há Betel, não há corpo sem cabeça, e um corpo sem cabeça só está destinado a apodrecer-se.



O ASSUNTO DO NICOLAÍSMO

"E tirarei teu candeeiro de seu lugar, se não tiveres arrependido. 6, Mas tens isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço". Este assunto dos nicolaítas é um assunto sério que temos que olhar; por isso tenho estes três livros aqui à frente que são "Contra as heresias" de Irineu de Lyon, "Stromata" de Clemente de Alexandria e a "História Eclesiástica" de Eusébio de Cesaréia; não pude ter aqui outro autor antigo que se chama Tertuliano, que em três obras dele, "Contra Marciom", "A Prescrição dos Hereges" e "De Pudicia", nessas três obras ele fala dos nicolaítas antigos; então precisamos ver o assunto dos nicolaítas em dois níveis: no nível histórico antigo e no nível profético. Há uma coisa que diz aqui, que o Senhor aborrece as obras dos nicolaítas. Que teve dos nicolaítas na história antiga? Então, como disse, há quatro autores antigos: Irineu do século II, o mesmo Clemente que passou do II ao III, e já Eusébio que é um pouco posterior, e Tertuliano que foi da mesma época de Clemente e de Irineu, que falaram dos nicolaítas antigos. Eu quero ler o que eles falaram dos nicolaítas antigos, no sentido histórico. Primeiro vou ler o mais antigo que é Irineu; há duas passagens curtas onde fala Irineu disto; aqui diz Irineu no Livro I, o 26:3, primeiro "Contra as Heresias"; ele escreveu cinco livros contra as heresias; o primeiro diz assim: «Os nicolaítas tiveram por mestre a Nicolau, um dos sete primeiros diáconos ordenados pelos apóstolos; vivem desordenadamente, são plenamente caracterizados no Apocalipse de João porquanto ensinam que a fornicação e o comer carne oferecida aos ídolos são coisas indiferentes; por isso é que está escrito a respeito deles: tens a teu favor que aborreces as obras dos nicolaítas, que eu também aborreço». Essa é uma citação de Irineu. Há outra citação dele que está já não no livro I, senão no livro III, 11:1; diz Irineu o seguinte: «Esta mesma fé (falando da fé correta do Senhor) é pregada por João, discípulo do Senhor, que quis com seu evangelho extirpar o erro semeado entre os homens por Cerinto, e muito antes pelos assim chamados nicolaítas, uma ramificação separada da falsa gnose e refutá-la». Estas são as duas menções que faz Irineu, discípulo de Policarpo, o qual foi discípulo de João muito próximo, fazendo esta menção dos antigos nicolaítas. Vou ler o que diz Clemente de Alexandria, que foi um dos principais mestres da chamada escola de Alexandria, que foi fundada por Panteno e depois dirigida por Clemente, que foi o mestre de Origens; Origens sucedeu a Clemente de Alexandria. Nesta obra "Strómata" que quer dizer: "tapeçarias", Clemente de Alexandria também faz duas menções rápidas dos nicolaítas; então uma dessas menções está no livro II de Stromata, 118:1, e ele diz assim: «Mas não se dava conta o azarado que se deixava enredar por sua própria arte refinada do prazer, e evidentemente a esta opinião do sofista que se cria possuidor da verdade, acercava-se também Aristico de Cirene. Quando o reprovava a que freqüentasse assiduamente à meretriz de Corinto, respondia: eu sou quem possuo a Lays, não ela a mim; assim também os que se chamam seguidores de Nicolau, alegam como nota peculiar sua, mas desviada no sentido, a sentença: é necessário abusar da carne, mas aquele homem nobre (ou seja, Nicolau) ensinava que é necessário reprimir os prazeres e as concupiscências, e exterminar este apetites e os impulsos da carne. Eles, os nicolaítas, pelo contrário, abandonam-se ao prazer como machos cabritos violentos, por assim dizer, contra seu corpo, vivem dissolutamente, não sabem que o corpo se descompõe porque é natureza caduca, enquanto sua alma é afundada num lodo de vício já que estes seguem os ditames do puro prazer, não os daquele homem apostólico (Nicolau). Efetivamente, alguns, em que se diferenciam de Sardanápalo? (o rei de Nínive) Este é o epigrama que explica a vida, (o epigrama que há na tumba de Sardanápalo, rei de Nínive) tudo o que tenho o comi, falei mal e os prazeres amorosos que provei, mas o melhor, minha prosperidade foi abandonada, tenho aqui que sou cinza e fui rei da grande Nínive". Uma vida de prazer. No livro III de Stromata, em outra passagem segue dizendo Clemente de Alexandria no capítulo IV, o seguinte: "Recordamos aos provocadores da heresia de Marciom do Ponto, que por oposição ao Criador, recusa o uso dos bens do mundo. Para ele, a causa da continência, se é que se a pode chamar continência, é o Criador mesmo, a quem este gigante em luta contra Deus pretende defrontar e guarda a continência sem querê-lo, porque condena a obra da criação.... Se aplicam a palavra do Senhor que diz a Felipe: deixa que os mortos enterrem a seus mortos. Considera não obstante, que também Felipe levava a mesma plasmação da carne, mas não era um cadáver contaminado. Como, pois, tendo um corpo de carne, não tinha um cadáver? Porque ressuscitou da tumba. O Senhor dá morte a suas paixões, fá-lo-á reviver em Cristo. Também recordamos o ímpio possuir em comum às mulheres, segundo Carpócrates, mas sobre a máxima de Nicolau; omitimos o que segue...».Por que é que chamavam nicolaítas e por que era que jogavam a culpa a Nicolau? Não era que Nicolau tivesse tido uma culpa grave, senão que teve um incidente que depois outros o interpretaram em outro sentido e o levaram a um extremo; então aqui Clemente vai contar qual foi o incidente do diácono Nicolau que está ali em Atos capítulo 6, numa ocasião, que depois outros o interpretaram mau e diziam que Nicolau o tinha dito assim e o tinha ensinado, e se foram ao extremo de ensinar liberdade por escravos de corrupção, que é o que tanto falam as epístolas de Paulo, de Pedro, de Judas, etc. Então, agora Clemente de Alexandria vem falando de Nicolau, e diz: «Ele tinha, diz-se, uma bela esposa; depois da ascensão do Salvador, ao ser repreendido como invejoso pelos apóstolos, ele conduziu a sua mulher no meio deles e convidou a que todos a tomassem por esposa, fato coerente, dizem, com sua célebre sentença: é necessário abusar da carne; e por coerência com aquele acontecimento, com este dito, ainda que de modo simplista e literal, os seguidores de sua heresia, abandonaram-se com vergonhosamente à fornicação; pelo contrário, eu sei que Nicolau não teve relações com nenhuma outra mulher que com a que se tinha desposado e de seus descendentes, as filhas chegaram virgens até a velhice e o filho permaneceu sem manchar-se. Assim foram as coisas, ao mandar à invejada prostituta no meio dos apóstolos, era uma forma de recusar a paixão e a continência dos prazeres mais ansiados e ensinava como se deve abusar da carne. Por isso, ele fugia me parece, conforme o mandato do Salvador, o servir a dois senhores, ao prazer e a Deus. Mas também, diz que Matias ensinou a ele, ou seja, a combater a carne e menosprezá-la, sem conceder nenhuma licença ao prazer, senão a fortalecer a alma com a fé e a gnose. Não obstante, há quem interpreta à vulgar afrodite, como uma mística comunhão ofendendo inclusive, o nome mesmo». Ou seja, aí vem falando desse espírito de corrupção, de luxúria, que se vive entre algumas pessoas. Perceberam o que diz aqui Clemente? Eusébio não diz nada novo, senão que Eusébio o que faz é citar a Clemente da seguinte maneira, no livro III, de "A História Eclesiástica"; Eusébio de Cesaréia, no capítulo 29, do livro III, ele diz o seguinte: «Por aquele então, consolidou-se também a heresia dos nicolaítas, mas durou muito pouco tempo. Esta também se menciona no Apocalipse de João. Eles afirmavam que Nicolau era um dos diáconos que, junto com Estevão, tinham sido encarregados pelos apóstolos do cuidado dos pobres. Clemente de Alexandria relata o seguinte no livro III de Stromata. Dizem que tinha uma mulher encantadora e que depois da ascensão do Salvador, acusando-o os apóstolos de ser zeloso, pô-la em meio e lhe concedeu unir-se com quem o quisesse, pois dizem que aquele fato estava de acordo com este dito: é preciso abusar da carne. Assim, seguindo o que teve lugar e o que se disse com simplicidade e sem prévio exame de raciocínio, prostituíram-se sem nenhum pudor, os que participavam desta heresia. Não obstante, consta-me que Nicolau não teve relação íntima com nenhuma mulher, com exceção de com a que se tinha casado, e ademais do que seus filhos, as filhas envelheceram virgens e o filho se conservou puro. Desta forma sua ação de pôr a sua esposa, da que estava zeloso, no meio dos apóstolos, foi uma expulsão da paixão e a continência dos prazeres mais perseguidos, ensinando a abusar da carne, porque creio que de acordo com a instrução do Salvador não queria servir a dois senhores, ao prazer e ao Senhor. Dizem que também Matias ensinava o mesmo, isto é, lutar contra a carne, abusar dela, sem conceder-lhe nada de prazer e fazer crescer a alma com a fé e o conhecimento. Seja pois, isto suficiente, a respeito dos que apesar de encarregar-se de perverter a verdade, fazem-no com mais rapidez do que se demora em dizê-lo». Por estas citações, podemos ter mais ou menos uma idéia, pelo que dizem Irineu, Eusébio e Clemente; também disso fala Tertuliano, mas não tenho seu texto aqui. Nicolau foi um diácono de Deus, cheio do Espírito Santo, como foi escolhido. Pela Bíblia não podemos dizer dele nada do que a Bíblia não diz. A Bíblia fala o seguinte dele; esta em Atos capítulo 6, e é o único que fala de forma direta, no aspecto histórico de Nicolau. Diz em Atos 6:3: "3, Procurai, pois, irmãos, de entre vocês a sete varões de bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem encarreguemos deste trabalho". Ou seja que a igreja, para evitar problemas, precisa diáconos que se encarreguem do trabalho da administração das mesas, porque se não, tinha murmuração entre eles porque uns agarravam o melhor e deixavam às viúvas dos gregos descuidadas; então começou a ter contendas, murmurações, tensões. Qual foi a resposta? Nomear diáconos que se encarreguem disso com o Espírito Santo. Então isso foi o que sucedeu aqui: "4, E nós persistiremos na oração e no ministério da palavra. 5, Agradou a proposta a toda a multidão; e elegeram a Estevão"; notem, qual era o requisito? Bom depoimento, cheios do Espírito Santo e de sabedoria; e a igreja era de milhares de pessoas; e que a igreja escolha a sete, estes sete eram de bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria. Então diz aqui: "e elegeram a Estevão, varão cheio de fé e do Espírito Santo, a Felipe, a Prócoro, a Nicanor, a Timão, a Parmenas, e a Nicolau prosélito de Antioquia; 6, aos quais apresentaram ante os apóstolos, que, orando, impuseram-lhes as mãos". Damo-nos conta, pois, de que Nicolau era um homem de Deus, por isso Clemente lhe chama um varão apostólico, porque foi nomeado pelos apóstolos. Agora, o que dão a entender as diferentes notícias, foi que num momento xis, teve um engano numa frase, num momento xis, que o trataram como zeloso, ele querendo dizer, atuou numa frase imprudente, disse uma frase imprudente, que depois foi mal entendida e usada equivocadamente por outros; mas se o mesmo Nicolau dos sete diáconos fez isto, então quer dizer que temos que ter as mulheres em comum e começaram a praticar todas essas coisas; claro que isso foi um erro de Nicolau, mas Nicolau mesmo o fez em outro espírito, fez equivocadamente, mas com uma intenção boa, ao querer dizer: não estou atado a nenhuma coisa; isso não quer dizer que os apóstolos o tenham aprovado e a igreja o tenha aprovado, mas os que o aprovaram foram os que depois foram chamados como nicolaítas porque tomaram essa prática e por isso chegou a ter corrupção; ou seja, Satanás sempre está procurando por onde se introduzir. Isso então, no sentido histórico, como também em outras épocas da igreja se deu. Há grupos que se dizem ser cristãos e caem em promiscuidade. Vou ter que falar dos que se chamam "os meninos de Deus", de Moisés David, um falso profeta, onde se misturam as coisas religiosas com luxúria e que até praticamente levam às garotas a praticar a promiscuidade. Então, essas coisas existem, são espíritos que o Senhor quer que nós aborreçamos. O Senhor diz que a igreja em Éfeso tinha aborrecido às obras dos nicolaítas e que então nós temos também que as aborrecer, porque temos que viver o que o Espírito diz às igrejas.



A CONQUISTA DO LAICADO


Agora também recordemos que esta carta aos Efésios é uma carta profética, onde também os nomes têm um significado profético; então o assunto dos nicolaítas não se esgota aí. Muitos irmãos, eu creio que pelo Espírito Santo, viram outro aspecto dos nicolaítas; desgraçadamente alguns mencionam um caso e outros mencionam o outro e não mencionam os dois; é necessário mencionar os dois casos; este caso histórico que mencionamos e também este caso profético que vamos mencionar aqui. A palavra "nicolaítas" vem de duas raízes gregas: Nikao, que quer dizer: conquistar, e "laos", que quer dizer o laicado ou o povo; de maneira que nicolaísmo quer dizer a conquista do laicado; ou seja, um espírito de querer tomar-se o governo, a conquista, porque se chama conquistar ao laicado; é um espírito clericalista que ao princípio não existia na igreja; tinha sim apóstolos, mas qual era sua atitude? Tinha sim profetas, evangelistas, pastores e mestres, mas qual era sua atitude? O que diz Pedro: Não tornando senhores dos demais, mas o que começou a suceder? Começaram a aparecer já fora do que a Bíblia diz a respeito dos anciãos normais, arcebispos; começaram a aparecer cardeais, começaram a aparecer patriarcas que queriam controlar a todos os demais; mas não era assim no princípio; um espírito de conquista do laicado, um clericalismo; então, se o Senhor diz a Pedro, os pastores devem fazê-lo sem assenhorear-se dos demais, o que seja o maior, seja como o que serve, sem pretensões de estar dominando; esse espírito, também no sentido profético pelas raízes etimológicas da palavra nicolaíta, também tem que ter em conta. O Senhor aborrece tudo o que seja clericalismo de domínio, quando se tira o sacerdócio dos santos, quando não se permite aos santos ter um acesso direto a Deus, senão que se proíbem as coisas e se quer assenhorear-se deles; e isso sucedeu terrivelmente na história da Igreja. Qualquer pessoa que conheça a história de vinte séculos, vinte e um séculos agora, estamos no XXI, dão-se conta de que teve muito abuso no assunto de conquista, no assunto de domínio. E para terminar este aspecto do nicolaísmo, quero chamar o atendimento a isto: Justamente, depois desse processo de clericado que foi surgindo apareceram novos cargos que não estão na Bíblia; vocês não encontram na Bíblia arcebispos, não encontram na Bíblia, cardeais, não encontram na Bíblia patriarcas, e brigando o patriarca de Constantinopla com o de Roma, e depois não encontram na Bíblia papas, senão que isso foi um processo que se foi dando em vários séculos, desde o século IV, V até a idade média. Qualquer pessoa que conheça a Bíblia e conheça a história, sabe qual foi a marcha do pontificado. O primeiro papa que se colocou a tripla coroa dizendo ter jurisdição no céu, na terra e no purgatório, chamou-se precisamente, Nicolau I. Que coisa curiosa! Conquistou a tríplice coroa: o céu, a terra e o purgatório, Nicolau; então aí está também qualificado o nicolaísmo nestes dois sentidos; no sentido profético pela etimologia das palavras, porque também há que ter em conta que esta carta não só é histórica, senão que também é profética, que mostra o que tinha começado a acontecer na igreja primitiva, mas que o Senhor aborrecia e o Senhor estava de acordo com que a igreja também aborrecesse o que Ele aborrecia, tanto no sentido histórico, aquela imundícia, aquela promiscuidade sexual, como também no sentido profético, aquele domínio, aquela conquista, que é também uma maneira de cruzar os limites espirituais, de meter-se com as coisas do Senhor e agarrá-las para si mesmo, uma coisa alheia que é também algo espiritual. Então isso é também aborrecido pelo Senhor.


PROMESSA AOS VENCEDORES


Agora, então chegamos ao último verso: "7, O que tem ouvido, ouça o que o Espírito diz às igrejas". Como o Senhor quer que atendamos o que Ele como Sumo Sacerdote aprova e o que Ele desaprova, para que nós sejamos entendidos e nosso candeeiro não seja destruído, senão que se mantenha incólume para o Senhor, porque Ele, como se apresentou à igreja, como o que está no meio dos sete candeeiros, o que tem as sete estrelas, diz: eu sou o responsável por tudo e quero todos estes candeeiros diante de meu Pai. Não quero que teu candeeiro seja tirado; diz: "Ao que vencer, darei a comer da árvore da vida, o qual está no meio do paraíso de Deus." No meio do paraíso de Deus está a árvore da vida. A árvore da vida é a coisa central; o vitorioso se dirige ao central e o central é a vida de Cristo; Cristo é a árvore de vida. Qual é a promessa? A árvore de vida, por quê? Qual era o problema? Que tinham perdido o primeiro amor, tinham perdido a prioridade, tinham perdido a espiritualidade prioritária e tinham entrado em outras coisas. O diabo os tinha levado à periferia, aos bordeis, inclusive para fora; então aqui o Senhor diz: "Ao que vencer, darei a comer da árvore da vida". Ou seja, que os vitoriosos se dirigem ao centro. Onde está a árvore da vida? No meio do paraíso de Deus. Adão podia comer da árvore da vida, mas decidiu ir-se pelos ramos e comer do proibido; então foi fechado o caminho à árvore da vida; mas o que negar a si mesmo, tomar a cruz e se dirija ao essencial que é viver por Cristo, a vida, o Senhor dará a comer da árvore da vida; a recompensa é segundo o combate da igreja.


HISTÓRIA FINAL DE ÉFESO


Termino dizendo-lhes o que aconteceu com Éfeso; lá pelos anos 256, de qualquer jeito no terceiro século, foi destruído totalmente o templo de Alvo em Éfeso. Aí começou a destruição de Éfeso; depois, pelos anos seiscentos, no século VII, já quando Maomé tinha tomado o poder, então chegaram os muçulmanos e destruíram aos cristãos, destruíram as coisas cristãs, algumas não. O imperador Justiniano tinha construído à santa sabedoria, Santa Sofía, um grande templo que se chama o templo de Santa Sofía; esse não o destruíram, senão que puseram na cúpula, a meia lua dos muçulmanos, tiraram tudo o que era cruz, e agora é uma mesquita de Santa Sofía que foi construída por Justiniano, algo cristão. Aí nessa mesquita, o que antes era um templo cristão, celebraram-se em Éfeso quatro concílios: um primeiro para tratar de disciplina dos clérigos, o primeiro concílio no ano 200 quando Polícrates, de quem lhes falei da vez passada, que foi um líder em Éfeso, e que junto com outros irmãos dirigentes dessa região, chegaram a um concílio para tratar o assunto do movimento crerical. Isso se tratou no primeiro concílio de Éfeso, não o ecumênico. Depois, pelo ano 431 se celebrou o primeiro concílio ecumênico de Éfeso, que foi um concílio cristológico onde Cirilo de Alexandria presidiu, e se opôs ao nestorianismo que apresentava a duas pessoas em Cristo: uma pessoa humana e uma divina, e não duas naturezas numa pessoa; e aí foi quando a Maria foi chamada pela primeira vez Teotocos ou mãe de Deus; não querendo dizer que Deus tenha tido uma mãe, senão que Deus se submeteu a nascer como um homem, como o Verbo encarnado através de Maria; nesse sentido era que eles diziam Teotocos; mas vejam em que um espírito que já operava em Éfeso com Diana fez que essa palavra que num princípio queria dizer que o que nasceu de Maria era o Verbo de Deus feito carne, foi sendo levando em outro sentido e foi levando à mariolatría; e a mariolatría se desenvolveu com um exagero de certas verdades que foram faladas no primeiro concílio ecumênico de Éfeso, mas depois se desviou. Depois, no ano 449, teve outro segundo concílio de Éfeso, que foi chamado o Concílio dos Ladrões, porque tomaram a linha de Cirilo de Alexandria, que era correta no sentido de que na pessoa de Cristo tinha somente uma pessoa ainda que com natureza divina e humana; eles se foram ao outro extremo no sentido de dizer que Cristo tinha só uma natureza; isso foi Eutiques; então nesse concílio, o segundo de Éfeso, eles estabeleceram em concílio que Cristo só tinha uma natureza; os demais não o reconheceram; então se chamou a esse concílio, o concílio dos ladrões. Depois foi que veio o Concílio de Calcedonia onde se refutou esse concílio de Éfeso, e começaram a suceder problemas em Éfeso. Depois, no ano 470 e pouco, teve outro concílio em Éfeso onde se trataram de outros assuntos diferentes. Depois vieram os mulçumanos no século VII e destruíram a cidade, mataram aos cristãos, porque eles a conquistaram à força; e por último, quando já os mulçumanos tinham feito esse trabalho, vieram os mongois sob o comando de Tamerlão; o famoso Tamerlão dos mongois no século XI, ano 1050 por aí, e arrasaram completamente a cidade de Éfeso. Hoje em dia Éfeso não existe; a cidade de Éfeso foi varrida, por problemas, problemas, problemas. Ao não ser fiel ao Senhor, irmãos, se abre uma porta a uma coisa, depois a outra, depois a outra, até que veio o castigo do Senhor; e ela foi totalmente removida. Antes a cidade de Éfeso era um porto que ficava onde desembocava do rio Coisto, ali em Anatolia, ou seja na Turquía; ficava para o Mar Mediterrâneo, precisamente no mar Egeu; então aí era onde estava; mas depois, o rio Coisto foi sendo assoreado e foi afastando cada vez mais da cidade. Hoje em dia onde, a velha Éfeso dista onze quilômetros do antigo lugar; onde antes era um porto, agora é onze quilômetros só de detrito, ou seja, toda sujeira que trousse o rio, foi o afastando até que ficou totalmente destruído. Hoje em dia, no lugar que ocupava a antiga cidade de Éfeso, é uma pequena cidade turca mulçumana; ou seja, que realmente Éfeso hoje não existe. Que coisa triste! Depois de ter trabalhado com amor, com fidelidade, sofrido, e, no entanto alguém deixa que um vermezinho comece a comer o coração, se alguém não se arrepende a tempo, irmão, ele come tudo até terminá-lo. Então, irmãos é uma lição tremenda que temos que aprender desta carta do Senhor ao anjo da igreja em Éfeso, do Espírito às igrejas. Vamos orar a Deus, dar graças ao Senhor.
Fonte: http://aproximacaoaoapocalipse.blogspot.com/2009/09/14-mensagem-igreja-em-efeso.html

Um comentário:

  1. Muito bom, mas é preciso buscar o conhecimento sobre o que os gregos e os romanos fizeram com os nomes. Isso é essencial estar separado das abominações, para não fazer parte. Como diz: "sofreste, e tiveste paciência, e trabalhaste arduamente por amor de meu nome,"

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