Dois amigos surdos se encontram no meio do caminho e se cumprimentam…
— Olá, que bom te ver! Vai pescar?
— Não! Eu vou pescar.
— Ah! Tá bom! Pensei que você fosse pescar…
— Não! Eu vou pescar.
— Ah! Tá bom! Pensei que você fosse pescar…
Engraçadinha a história, mas o fato é que, mais ou menos, é assim que homens e mulheres tendem a conversar na maioria das vezes.
Depois de demonstrar toda a sua atenção, carinho e, principalmente,
excitação sexual, qual homem nunca se surpreendeu com a pergunta
repentina de uma mulher: “você me ama?” ?
Já, as mulheres, sentem-se desoladas e inseguras quando descobrem que
o seu parceiro jamais consegue entendê-la profundamente.
Superficialmente talvez, mas, completamente, eles nunca conseguem
perceber todos os sinais tão claros e óbvios que elas dão sobre suas
necessidades de serem simplesmente abraçadas, ouvidas ou ganharem um
chocolate sem precisar pedir.
Em 99% dos casos, o problema não está na falta de amor ou algum
desvio de conduta, mas na forma como homens e mulheres comunicam este
amor que sentem um pelo outro. A questão é que homens, naturalmente,
olham e sentem o mundo através da perspectiva deles, homens/machos, e
julgam agradar as mulheres com aquilo que agrada a eles mesmos;
semelhantemente as mulheres, pensando com categorias femininas, procuram
satisfazer ao homem dando a eles o que elas desejariam receber. As duas
experiências são completamente frustrantes e insuficientes para os dois
lados. Homens e mulheres deveriam prestar mais atenção nas necessidades
do outro e não somente concluírem que as suas próprias carências,
refletidas no outro, é o que ele/ela desejaria receber. Até aqui, nada
demais, muitos livros, sites, programas de TV, terapeutas e artigos de
revistas masculinas e femininas já disseram tudo isso e ainda vamos
continuar encontrando alguém fazendo sempre a mesma pergunta: “onde é
que eu estou errando, então?”.
Não sou do tipo “conselheiro sentimental”, não me sinto “o
experiente” ou “o sabe tudo”, eu também enfrento meus desafios diários
nos relacionamentos, muitas vezes pedindo socorro. Tal qual o ferido que
tenta ajudar outros feridos a se curarem também, eu vou construindo
minha vida e aprendizado como qualquer ser humano normal da terra, na
base da tentativa e erro. Ainda não dá para saber se mais errei ou se
mais acertei até aqui, mas olho pra frente esperançosamente e continuo
caminhando com alegria. Volta e meia algumas lágrimas me vêm aos olhos
ou à lembrança tentando me paralisar, mas olho novamente para o caminho e
volto a sorrir.
Às vezes, antevendo problemas já vividos por mim ou por conhecidos,
dou a volta por outro caminho e aprendo a encontrar novas soluções para
velhas questões. Algumas vezes dá certo, outras vezes é preciso
percorrer todo o caminho de volta e descobrir que não existe fórmula
pronta, nem mágica, para construir um relacionamento saudável para
ambos.
Se existe um caminho para encontrar a resposta certa ou mais próxima
do ideal, a exigência padrão em todas as situações é: amor, verdade,
dedicação e paciência. Sem estes quatro elementos funcionando e
interagindo entre si e entre um homem e uma mulher não dá para
encontrá-lo.
No que tange à praticidade do dia-a-dia, correndo o risco talvez de
ser um tanto reducionista demais, mas falando de forma simples, franca e
sem rodeios sobre os caminhos daqueles que se amam, os dois lados
precisam entender que, via de regra, homens se prendem com as pernas
abertas; as mulheres com carinho e segurança todos os dias.
Não há nada mais terrível para uma mulher do que um homem que não a
trate como prioridade, que não lhe transmita uma certa estabilidade
emocional, cumplicidade ou que não saiba ouvi-la nem respeitá-la. Por
outro lado, os homens tendem a se sentir extremamente desmotivados e se
distanciam de relacionamentos onde suas parceiras não demonstram, de
forma objetiva e prática, que sentem admiração e desejo sexual por ele.
Falando assim pode parecer meio machista para as mulheres, mas a
verdade é que, uma mulher que pretenda segurar espontaneamente, em amor,
o seu marido, deve se comportar como se fosse o sonho de consumo sexual
dele e se dar todos os dias. Sim! Todos os dias mesmo! No entanto, o
homem que deseja a fidelidade e admiração de sua esposa, deve aprender a
cativá-la e cultivar o amor, o respeito, o carinho, a atenção
dispensada, os cortejos, as lembranças, as declarações verbais e físicas
de amor, a sensação de proteção, a entrega da própria vida em favor da
amada e o amparo emocional durante toda a vida em comum e não somente
durante a conquista.
Na visão bíblica do apóstolo Paulo, a falta de relações sexuais entre
um casal é o motivo pelo qual muitos casamentos são tentados e, algumas
vezes, levados à falência. Ele diz: “Não se recusem (sexualmente) um
ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se
dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os
tente por não terem domínio próprio.” (I Coríntios 7.5)
Não somente o sexo, mas a relação comum-unitária entre um homem e uma
mulher em toda a sua complexidade, intimidade e conjugalidade são
expressões profundamente espirituais. O apóstolo Pedro demonstra esta
realidade afirmando o seguinte: “Do mesmo modo vocês, maridos, sejam
sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte
mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não
sejam interrompidas as suas orações.” (I Pedro 1.7)
Tirando o que não seja perversão, doença ou indignidade; entre um
casal que se ama e resolve assumir a vida em comum, vale toda a entrega,
toda a doação, toda a busca sexual e prazerosa como culto de gratidão
ao Senhor e comunhão entre marido e mulher. E por relação sexual não
considero somente o coito em si, mas o olhar, o abraço, a poesia, a
devoção, a parceria, a dança, a fidelidade, o carinho, o pensamento, o
peito e corpos mutuamente abertos um ao outro.
O Deus que criou o prazer sexual te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
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